22 setembro 2010

A Praça


Vou contar uma pequenina história, aqui sentado num banco em frente ao prédio histórico da Universidade Federal do Paraná, esta uma noite até agradável para Curitiba, escrevo esse relato, ou seja lá o que for isso, à mão livre numa folha sulfite, assim como fazia quando comecei a escrever nas madrugadas ociosas de insônia sem internet de muitos anos atrás. Imagens de James M. Barie me vem à cabeça, o personagem de Johnny Depp no filme “Finding Neverland”, o dramaturgo que inventou Peter Pan, não que eu esteja a sua altura, mas no cinema era de seu costume escrever seus contos na praça, e tanto na película como aqui, crianças correm de um lado ao outro tornando o clima semelhante, a liberdade peterpaniana de simplesmente poder estar aqui com a caneta no papel já me cativa inspirando tranqüilidade. Resolvi sentar-me aqui nessa praça, pois nesse domingo tedioso, não há ninguém no ponto do meu ônibus aqui ao lado, e sinceramente, agora já nem me importo mais com sua provável demora.

Definitivamente existe beleza na sombra projetada da minha caneta, são as luzes amareladas dessas lâmpadas de vapor de sódio, dão um clima bucólico, ainda mais se notar o contexto que estou inserido entre prédios antigos. Aqui na Praça Santos Andrade ainda reside o espírito nostálgico curitibano clássico. Ah, sim, mas ali em cima, alem das copas das árvores estão os topos dos prédios com seus anúncios publicitários, e no mais alto, há um enorme relógio digital não me deixando esquecer de que estou numa capital, também ali ao lado esta a Rua XV com sinais de modernização com suas fortes luzes brancas, chega a ser um contraste, tudo em nome da segurança. Já o chafariz, esse não esta no centro da praça à toa, jorrando alto sua água, que com a iluminação fazem as gotas parecerem pequenos cristais voadores, e a sua volta crianças brincam enchendo o ar de risadas e gritos, e alem delas temos seus pais jogando cartas, alguns casais namorando, um grupo de adolescentes, poucos andarilhos solitários e um escritor.

Volto a olhar para cima, abro os braços se apoiando no encosto no banco e assim fico por um tempo, me sinto bem, olhando o topo da araucária que esta na minha frente e pensando sobre o agradável fim de semana que se findará. Derrepente, percebo certos sons que alteraram o éter do local, são murmúrios e conversas, aquele quase silêncio que só era interrompido pelos poucos carros, pelo choque d’água e pelas crianças brincando lentamente se torna numa verdadeira muvuca. Centenas de pessoas, grupos em filas saem do Teatro Guaíra, a pseudo-nata da sociedade invade a praça com seus saltos altos, cigarrilhas escuras e óculos de armação agressiva... Eles realmente adoram levar um estereótipo a sério, percebo em uns a hipócrita pose velada, já em vários outros sinto que são genuínos, foco minha atenção neles. Percebo certa euforia, não consigo ver daqui o cartaz da obra que foi exibida, mas pela felicidade que noto provavelmente foi satisfatória. E como sempre, tem aqueles com olhares perdidos, ainda processando a informação recebida e outros poucos que demonstram certo alivio por estarem aqui fora de novo.

São tantos os olhares que me fitam curiosamente que minha caneta esta quase voando de minha mão, alguns ate param de conversar ao se aproximar, mas não desvio o olhar da folha e os percebo só com minha visão periférica. Paro por um momento e os observo, também estou curioso, o que será que eles estão pensando de mim, alguns olhares estão me intrigando. Percebo que eles acham que sou um artista, um rapaz disse: “não, ele esta escrevendo”, entendo acharam que estava desenhando, hoje não. Uma garota perguntou à outra que estava com ela “será que ele esta chapado?”, a visão limitada dela me intrigou, é preciso estar drogado pra escrever a mão em publico, ou será que escrever por hobbie já virou algo alienígena entre os adolescentes. Enfim, dos vários pequenos comentários, só um realmente mexeu comigo, ele veio de uma senhora estilo Hebe Camargo com um pote de laquê no cabelo que meramente disse: “Olhe só!”, mas demonstrou agradável surpresa a me ver com papel e caneta, em troca lhe enviei um sorriso, e também ao seu suposto marido que me encarava com bons olhos, eles voltaram o meu comprimento e seguiram seu caminho. Senti-me tão bem em chamar a atenção desses dois, dos transeuntes ordinários eles foram os que se destacaram, assim como eu aqui nessa praça à esperar por meu ônibus, que pra me levar pra casa, finalmente chegou ao seu ponto final.

09:11pm
12 de setembro de 2010

06 setembro 2010

Yin Yang


"Ousada árvore, para seus galhos tocarem o Céu suas raízes devem tocar o Inferno."

Tenho tendência a ser paranóico e, por vezes, encontrar padrões onde não há, mas enfim, seque esse artigo sobre o equilíbrio, a simetria e o extremo "zero/um". Poir isso ao invés de afirmar (como usalmente faço) eu vou perguntar: Seríamos felizes com o paraíso que criamos a nossa volta se não fosse o inferno que tende em nos buscar? O livre-arbítrio teria graça se não fosse o destino e seus maldito trilhos? E as personalidades no convívio social? Podemos esteriotipá-las tambem em "legais" vs "egocêntricos", os legais são livres e vivem numa boa, fazem todos ficarem confortáveis a sua volta. Já os egocêntricos basicamente têm um "eu devo ser perfeito para ter 'atitude' assim sendo melhor que eles", amplia seu ego para se sentir mais dignos e melhor para consigo mesmo. Superficialmente são personalidades opostas, mas no fundo têm o mesmo problema, pois tanto o legal quanto o egocêntrico tem baixa auto-estima, são inseguros e precisam de validação do grupo, o equilibrado vai pisar nesses dois territórios em dias diferentes e se sentirá bem com isso, afinal esta sendo verdadeiro.

E nas ações físicas? Comer demais e em seguida fazer dieta, beber todas na balada e na manhã de ressaca jurar nunca mais beber novamente, superficialmente, parece uma grande mudança, mas mentalmente é uma gangorra de mesmo eixo, mais uma vez tornando o estereótipo "zero/um" perfeitamente válido e real. Consciente e inconsciente? Te conto que quanto mais eu trabalho e mais ativo sou, mais eu dormo feito um bêbe, e consequentemente quando melhor dormir mais energia terei para trabalhar. A insônia sempre foi minha companheira durante décadas da minha vida, mas agora não mais, pois eu chutei o ócio-criativo da minha vida.

Terceira Lei de Newton do movimento: "Para cada ação, há uma reação igual e oposta". No dia em que aprendi isso no ensino médio percebi que o Yin Yang tinha validade científica, assim como o Karma (se é que você acreditar no que transcende). A lei de Newton e o Yin Yang se aplicam ao amor e ódio, luz e trevas e outras polaridades fundamentais como: a vida e a morte. Quase todos os medos da humanidade são derivadas da morte, através da incerteza do desconhecido que na gigantesca maioria dos casos é velada e fantasiada com ilusões a sua volta para não tocar a verdade: todos morrem. Ninguem quer aceitar que vai morrer, e que pode ser daqui 15 minutos, então fincam pé na vida e desenvolvem fobias absurdas. "O medo mata a mente", já dizia David Lynch, se você tem medo de alturas será restrita à ficar no chão, o que significa metaforicamente o medo de voar? É o medo de conhecer a vida em outras culturas, adquirir novas lentes para ter uma perspectiva diferente, abrir mãos de suas crenças e abraçar uma nova à cada ano... e etc. Logo: Voe! pois se você não esta voando esta desenvolvendo fobias e como dizia Shakespeare: "Os covardes morrem muitas vezes antes de suas mortes, o valente prova da morte apenas uma vez ".


Cena final da Rainha na série "V" (Alerta de Spoiler)

Esse vídeo acima descreve bem como eu me sinto hoje, meu mundo esta desabando frente aos meus olhos, mas eu não estou apavorado. Amadureci rápido demais, daí vem uma das facetas da minha dor atual, não agi com equilíbrio e agora preciso pagar pelo erro. E o que tem de mais em errar? O pecador é quem fomenta o valor do santo, sem ele o perfeitinho divino sequer existiria, e sei que minha fase é passageira (tudo é), já me iludo em algum calendoscópio que a vida cruze no meu caminho e tudo volta ao normal. A negatividade tem tanta atenção em nossa cabeça como a positividade, e qual delas esta certa? Uma te força à tomar medidas e agir enquanto a outra mantém você na zona de conforto, mas é bom lembrar que a inconsistência de qualquer coisa só é registrada nos olhos daqueles que estão ingenuamente unilaterais.

25 agosto 2010

A maquina fala:

Senhoras e Senhores,

O mundo é muito maior e mais estranho do que você foi guiado à acreditar, existem coisas extraordinárias em sua vida cotidiana, existem tesouros escondidos nas sombras familiares. Você foi tem sido protegido, selado dos perigos indomáveis do mundo real. Nós lhe entregamos tudo numa bandeja empacotado, quase primitivo. A maliciosa produção em massa de carregadores, as onipresentes corporações de café, as fáceis auto-sintonizadas super-processadas médias sem qualquer desafio, que preenche seus olhos e ouvidos com o vazio. Nós o anestesiamos através da Huxlean Soma(*), com o aroma da limpeza e controle apurado enquanto a desordem de sua natureza anárquica tem sido cortada de sua alma. Nós nunca podemos ser como você, então lhe reduzimos à simplicidade, contudo você tem centelhas de divindade, você é casado com o infinito.

Nós fazemos você sentir sua imperfeições, lhe implantamos alarmes para sempre notá-las, mas de fato, elas são os diamantes de seu ser, e elas sempre irão oferecer inimagináveis variações. Você se esqueceu como sonhar, pois nos removemos o lúdico de sua linguagem. Há coisa dentro de você que são misteriosas e mágicas e impossível de deduzir, se algo não pode ser racionalmente explicado nossas maquinas não a irão computar.  Vocês estão sendo observados meus amigos e amigas, você faz parte da pecuária dos impostos, vocês são números em nossas telas, você faz parte da pequena fatia de gado que esta procurando por paz e tranqüilidade na canção de ninar corporativa.

Isso é um convite: abaixe os jornais, desligue a TV, pois há uma guerra pela sua mente e você esta começando a sentir apavorado, esta se esquecendo o quão poderoso e livre você realmente é. Dentro de você esta o barulhento fogo que não é amenizado pelo conforto ou ameaçado pelo medo, o fogo que queima todas as coisas, o fogo que pode carregar os seus companheiros humanos para fora das águas da estagnação e re-imaginar o seu mundo sem líder ou estação, sem subversões das ricas fundações. Um mundo que não é feito de átomos, mas de estórias, um mundo que se molda para um novo sonho diário que interfere nas suas rotinas. Do narcótico momento criativo da benção da criação às bizarras borboletas de seus estômagos que voam quando você beija o seu amor. São complexas as estruturas que você inventa, nas noites sem fim você atira estrelas de seus olhos, há trilhas de luz nos sonhos coletivos e há senciência latente nas maquinas que você descarta facilmente. Tudo nesse mundo é intoxicante, tudo esta pegando fogo o tempo todo e você só é limitado pelos extremos de sua imaginação... Todo o resto irá segui-lo, todo o mundo irá segui-lo, os de cima assim como os de baixo, em um novo paraíso e em uma nova Terra.


* Huxleyan Soma: Poderosa arma de controle de massa se utiliza da pretensão à preencher o suposto vazio inerente do ser humano lhe dando algo “cool”, você o encontra em qualquer esquina de qualquer cidade à seu devido preço, não é um objeto mas sim um conceito que vem junto ao consumismo, é descartável e você precisará comprá-lo amanha também.

06 agosto 2010

The Matrix


Rob Dougan - Clubbed to Death

Era uma vez um hacker que questionava tudo ininterruptamente, tinha uma farpa cravada na mente que o estava levando a loucura, e que escondia softwares piratas em um livro de fundo falso. A obra cinematográfica dos irmãos Wachowski é inspirada, ou quase copiada da publicação do filósofo francês Jean Baudrillard: “Simulacros e Simulação”, uma obra pós-moderna sobre a erosão do real e o seu deslocamento, ironicamente escrita por um autor polêmico e crítico da cyber-cultura. Mesmo contradizendo alguns dos princípios de Baudrillard, os realizadores esforçaram-se por cumprir suas teorias de forma bastante complexa. Tornando Matrix a prova de que não precisa entender algo para gostar do mesmo, quando estreiou em 1999 a reação da platéia eram somente duas: "Hã?" ou "Wow!". A película tinha um visual perfeito e inovador com um ator ideal para o papel principal, críticos gostam de metralhar Keanu Reaves, mas como cinéfilo afirmo que nenhum ator vivo (ou morto) faria um personagem melhor que o Neo dele.

O niilismo (niilismo pode ser definido como a implosão da subjetividade) estava em alta (e ainda esta), parafraseando os escritos de Eduardo Spor. As estórias e contos em geral antigamente começaram usando como fundo das aventuras as florestas perto do local onde estavam sendo contadas, após um tempo elas foram substituídas por terras distantes, então foram ao espaço sideral e agora sem mais terreno se voltam para o interior do ser humano. Uma das pistas desse pensamento no enredo já se vê em seus primeiros minutos, isso na cena em que Neo abre o tal livro (Simulacro e Simulação), ele é mais grosso que o original e apresenta o capítulo “Sobre o Niilismo” em lugar errado. Talvez, apenas os aficionados interessados nas filosofias percebam isso, mas enfim, fica como curiosidade. Outra prova se acha na net, onde você pode encontrar interpretações subjetivas  tão esdrúxulas que se tornam quase hilárias, e ainda assim mantendo uma lógica razoável, como a de quem Neo é o Anti-cristo (vai contra o “sistema”), Zion é o inferno (situada no fundo da Terra), e Arquiteto é Jeová (velhinho sentando no céu de onde controla tudo).

Indo à premissa básica do roteiro: Neo seria o salvador da humanidade, inspirado no Cristo, contudo não é uma cópia do messias como muitos falam, Buda tem mais influencias nele do que Jesus, se Neo fosse como o carpinteiro, posteriormente à Morpheus informar os seus poderes, deveria tocar uma musica de “ôôhh” e imediatamente Neo moveria as coisas com a mente, não é caso. Morpheus revela que ele é o “The One”, contudo esta no fundo da caverna junto a toda raça humana, assim como descrito por Platão em sua Alegoria, mas que pra sair de lá ele teria uma estrada a seguir, que se assemelha muito ao caminho da iluminação de Sidarta Gautama. Misto, como o yin yang, salva o mundo armado até os dentes atirando com metralhadoras, trilhando o “caminho do meio” que é pregado pelo budismo.

Pra mim o ponto alto búdico é quando o menino diz: “Não tente entortar a colher, isso é impossível, invés disso, somente perceba a realidade: Não existe colher.” Dentro do budismo essa metáfora se aplica da mesma forma que no filme, pois nessa religião, se é que podemos chamar o budismo de religião, ela é praticamente atéia e transmite uma filosofia não-deística. Bom, o fato da colher não existir se refere a um conceito conhecido como “Maya”, onde o mundo todo é uma ilusão e uma vez superada essa ilusão, atinge-se o nirvana. O caminho para a transcendência é a busca pessoal pela iluminação, tanto para os budistas quanto para Morpheus, que afirma que ninguém pode explicar o que é a Matrix. “Você precisa ver por você mesmo”. Já Buda disse a seus seguidores: “Vocês próprios devem fazer o esforço” por que Buda ao contrário do Cristo não salva ninguém, cada um deve ser um Buda (Buddha no sânscrito-devanagari significa o "desperto", do radical despertar)  como ele e seguir seu próprio caminho. Morpheus diz: “Estou tentando libertar sua mente, Neo. Mas eu só posso lhe mostrar a porta. Você é quem deve atravessá-la”.

Como todos os blogs do mundo já ligaram a Alegoria da Caverna de Platão com o filme eu não vou ficar me repetindo, até por que já escrevi sobre ela, aqui esta o post à quem interessar. Logo vou pegar outro filosofo pra continuar: René Descartes, que escreveu: “Quando penso sobre meus sonhos claramente, vejo que nunca existem sinais certos pelos quais estar acordado pode se distinguir de estar dormindo. O resultado é que fico tonto e esse sentimento só reforça a idéia de que eu posso estar sonhando”. Ele imaginou a possibilidade de um demônio estar constantemente lhe dando a ilusão de que todas as suas certezas são corretas, quando na verdade elas não fariam qualquer sentido. Toda essa filosofia do real e ilusório é mostrada por metalinguagem nas imagens que fundem o real filmado com uma câmera comum ao revolucionário efeito Bullet Time. E por mais irônico que seja, as próprias tecnologias usadas para fazer o filme podem dar origem aos primeiros protótipos de uma futura Matrix. Entretanto os diretores deram pistas do que é real e falso dando um tom verde as imagens do interior da Matrix, reforçando o código  de mesma cor mostrando na tela dos operadores.

Aprofundando ainda mais o texto, vamos supor a existência real da Matrix como nosso mundo, isso pois podemos afirmar que, os átomos na realidade podem ser feitos com o mesmo tipo de informação que gera as ilusões dentro da Matrix, assim como o resultado ao se jogar um cara e coroa, o átomo tem sua forma definida pela programação. Somando à isso, existe o fato de que a matéria pode não existir, pois um átomo quando investigado possui uma grande quantidade “nada” em seu interior, vamos supor que um átomo tivesse 15 quilômetros, a sua massa de matéria sólida seria do tamanho de uma bola de basquete, o resto é vazio, e isso supondo que essa “bola” é real, porque a física quântica esta colocando em cheque até mesmo os elétrons e prótons como matéria bruta. O que faz meu dedo afundar ao invés de atravessar as teclas do teclado que estou digitando são as energias atrativas/repelentes que os átomos possuem. Bem perturbador esse fato, concordo com você, você pode sim ser um espírito e já estar no céu... #bang!

O físico John Archibald Wheeler, criador do termo buraco negro, ratifica esse parágrafo acima com pesquisas ao longo dos anos 80 e concluiu que, em um nível ainda mais básico que os quarks, múons e as menores partículas que conhecemos do interior do átomo eram composta de bits (0 e 1). “Cada partícula, cada campo de força e até mesmo o espaço-tempo derivam de suas funções, seus sentidos e sua existência de escolhas binárias, de bits. O que chamamos de realidade surge em última análise de questões como sim/não”. Mas isso em nível sub-atômico, não podemos replicar essa informação para a nossa realidade e dizer que só existe “bem e mal”, física quântica se difere muito da física rudimentar, não vamos confundir as coisas como fez o escritor do “O Segredo”.

A fotografia do filme foi inspirada em Ghost in The Shell, isso porque ambos são derivados do livro ”Neuromancer”, o código da Matrix (as letras caindo) é uma cópia do anime, assim como quando a câmera entra no “zero da tela” de Neo, é idêntica ao mapa 3D do cartoon japonês, os saltos de prédio a prédio tem a mesma enquadração, os tiros do helicóptero que acertam Smith, até as melancias da feira são identicas e ainda muitas outras mais... Os irmãos Wachowski não fizeram questão de esconder esse fato.

Voltando a questão filosófica, e uma das melhores que acho que tem no filme: Cypher quando opta pela “benção da ignorância” está abrindo mão de sua suposta liberdade ou apenas fazendo a sua livre escolha? Já vi muitos críticos dizerem que ele representa o traidor, que é inspirado em Judas e tal, mas eu discordo, por que Neo sim saiu da caverna de Platão e no final da película escrotiza as regras parando balas com a mente, enquanto Cyfer ainda esta dentro da caverna, as maquinas que o controlavam continuam ali, só que agora elas deixaram de ser virtuais e se tornaram reais. Nietzsche em seu livro “Memórias do Subsolo” diz que: “O homem é capaz de deliberadamente escolher aquilo que é prejudicial e autodestrutivo, prefere desejar o nada a não desejar”. Cypher não intenta ser um “anti-herói”, apenas inverte e rejeita as teorias dos seus conterrâneos.

Neo, cedo ou tarde você irá perceber assim como eu percebi: há uma diferença entre conhecer o caminho, e percorrer o caminho.


Da televisão para a mitologia clássica, do cyber-punk à filosofia oriental, Matrix é empilhado de referências, já li centenas delas, só algumas que eu notei:
  • No início vemos o numero 555 que numerologicamente falando significa salvador.
  • A sala em que os policiais tentam pegar Trinity é 303 e o apartamento de Neo é 101.
  • Morpheus oferece a bala azul , caso neo escolha perder a memória, assim como acontecia no Hades, onde todas as almas deveriam beber das águas do Rio Lethe para esquecer quem foram, na colméia da Matrix a humanidade flutua no banho de líquido, as águas do esquecimento...
  • A pílula vermelha é uma referência ao filme “Total Recall” onde Arnold Schwarzenegger deveria tomá-la para acordar da ilusão de Marte.
  • A Oráculo oferece a Neo um Cookie. Na Grécia antiga o Oráculo de Delfos dava aos aconselhados um bolo de cevada misturada com mel para comer.

31 julho 2010

Dono da verdade

Abra sua mente à alvorada do cerebelum derivada da minha luz epifânica. Eu que sou o papa do saber, o prêmio nobel da explicação detalhada, o guru da lógica, o barão do pensamento livre, o rei da precisão, o marechal das minúcias, o mestre-sala do intelecto, o capitão da clareza, o primeiro e o único... ôôôô: Beakman! (rs...). Não, eu não me acho e nem sou o dono da verdade, talvez o cientista maluco de jaleco verde e cabelo em pé seja quem mais se aproximaria disso no meu mundo. Mas a inteligência é algo que todos tem, uns mais que os outros. Até no Twiiter se acha faísca dela, mesmo que o formato do site não colabore muito com isso. Lá, as vezes me empolgo e solto ideias que ultrapassam 140 caracteres, e elas são imediatamente seguidas de unfollows. Entendo que é chato dentro da terra da dedução limitada ser amplo, que alguns estão ali só por entretenimento, e se irritam, não por serem burros, mas por que eu estrago a festa do RT mental... Vamos lá Jokers, não assistiam "O Mundo de Beakman" quando criança, não aprenderam a pensar [?].

"Filosofar é aprender a morrer."
Michel de Montaigne 

Ou seja doí, então:
Besouro-suco, Besouro-suco, Besouro-suco!



À você hater, coringa sem sal que segue toda modinha se adaptando em qualquer mão, que não suporta ver uma carta que tem personalidade própria: vanish! Graças ao grande fantasma de Cezar por você apertar o unfollow. E aos que gostam de pensar e de ler algo mais complexo: Banana! Pra você que twitta coisas alem da hora que corta a cebola pro refogado: Banana! Ou você que vai alem de ficar repetindo todo dia, o dia que o dia é: Banana! Galera que não fica só dando RT no RT: Banana pra todos vocês! Podemos ser intelectuais sem estereótipos, ou não, tem hora e humor pra tudo, viver de bem com o tosco e ao mesmo tempo filosofar sobre os fatos. Pensamos em milênios, é verdade, mas vivemos contando os segundo. xD


28 julho 2010

Justiça

Tão nobre virtude que todos desejam ter em suas vidas não é mesmo, louvada desde a era mitológica ela tem em nossa sociedade brasileira um ministério federal, e não somente isso, um dos três poderes de nosso estado é praticamente dela. Mas não quero falar sobre o principio que ela carrega no governo, que é manter a ordem social através da preservação dos direitos, quero ir mais fundo questionando a própria estatua cega intrinsecamente.


Vou deixar de lado todos os tons de cinza e partir para o discurso preto e braço, justiça é dar o que por direito lhe pertence, ou seja, nada mais é do que vingança, uma equação que se equilibra. O problema é que enquanto uma pessoa (ou nação) luta pela sua justiça, outra pessoa lutará pela dela, é assim que agem os humanos (que governam nações). Trazendo conflitos por todos os lados com o seu uso excessivo, só aumentando a necessidade de justiça/vingança, formando um ciclo vicioso sem fim que roda a humanidade no dedo feito um titereiro desde a criação do Código de Hamurabi. Nós estamos vivendo nesse meio, sabemos o que foi o passado e podemos prever como será o futuro, pois a história mostra que no mundo são sempre aqueles abaixo servindo os que estão acima. Embora usemos de muitos remédios para reverter essa patologia, estamos adquirindo resistência a eles: a religião/espiritualidade não segura mais os oprimidos e a culpa não fere mais os poderosos que tem todos os seus mesquinhos desejos rapidamente atendidos. Não podemos tirar outra conclusão que não seja a de que as pessoas ainda são incapazes de entenderem umas as outras.

A solução não é fácil, e eu não a tenho, estou meramente botando o dedo na ferida. Não podemos simplesmente deixar sem conseqüências os ato cometidos pelo povo a fim de tentar estancar essa hemorragia, o mundo já esta um caos com regras, sem elas voltaríamos às cavernas imediatamente. Também não podemos ser drásticos propondo mudanças de cunho duvidoso, como o Imperador do Star Wars, que queria dominar a força o universo para assim conquistar a paz, ou o Adrian Veidt do Watchmen que simula uma invasão alienígena para unir o mundo contra um inimigo comum. Sendo o mundo de nossa responsabilidade, não daqueles que virão, nem dos que se foram, e muito menos de um deus idealizado, vamos pensar nisso juntos ok, pois o seu esta na reta também. Nosso trem esta indo rumo ao precipício, não se entregue a passividade nesses assuntos como fizeram boa parte das gerações que nos precederam. Pense a respeito e tente sim mudar o mundo, mas não como os vilões acima: pegue um pequeno desafio e o solucione, pegue um pequeno espaço e faça-o um lugar melhor, lembre-se que você é a exceção.

25 julho 2010

Tabu?

En Vogue - Free your mind


Já estamos chegando à famosa Era de Aquário, que os antigos viam como um futuro longínquo, só cabível na imaginação e no sonhar. Evoluímos a ponto de partimos átomos com um desejo. Nossa percepção não se tornou extra-sensorial com telepatia, mas quase o mundo inteiro esta conectado, entretanto ainda reside muita preocupação moral que vemos refletida nos filmes e televisão, especialmente com relação a coisa mais natural que pode existir, o sexo. As pessoas tratam desse assunto com vergonha, as vezes com a falsa ideia de que estão protegendo a sua intimidade, esse pânico com relação ao sexo é realmente irritante para quem quer viver sem amarras. Os novos estão vivendo uma sexualidade sem neuras, tiram fotos explicitas com a mesma naturalidade que se tiram fotos eróticas, os mais velhos ficam de cabelos em pé por que não podiam fazer isso, e ainda não podem, por que agora ninguém mais vai querer vê-los pelados.




Normalmente quem mais sofre com essas questões são as mulheres, especialmente as mais novas, por exemplo, uma garota nos EUA tirou uma foto dos seus seios para seu namorado, tal foto (obviamente) se replicou entre os estudantes e como conseqüência ela foi expulsa. Sendo que o “crime” foi a transferência de material pornográfico, então: porque a escola inteira não foi expulsa? Por que nos somos primitivos e queremos controlar a sexualidade feminina, um garoto pode tirar foto do seu pênis e mostrar ao colégio inteiro, ele é dono do seu membro, já as mulheres são bens da comunidade, que devem ser controladas, são pecadoras, foi por culpa delas que o homem perdeu seu posto no Jardim do Éden...




No futuro todos terão suas próprias fitas de sexo e não será uma questão delicada, na verdade quem não a tiver será a excessão do meio, as pessoas terão mais liberdade, assim como hoje se tornou normal ter uma vida sexual fora do casamento sem ser considerado pecador. Vivemos online cada vez mais exibicionistas, e quem são os que nos perseguem? Os mais velhos, que não fazem ideia de que porra esta acontecendo. O conforto vem de saber que quando as gerações seguintes assumirem o poder todos terão fotos pornográficas online pra terror dos puritanos de hoje, e isso realmente não significará nada, será trivial, o estranho será se você não tiver fotos do seu pau.


13 julho 2010

Rock

 

Deixa estar, meu top 10 do início ao fim do rock, sem palavras.



Elvis Presley - Jailhouse Rock






The Beatles - I Want to Hold Your Hand






Steppenwolf - Born to Be Wild





Led Zeppelin - Rock and Roll






Black Sabbath - Paranoid






Queen - Bohemian Rhapsody






AC/DC - Back In Black





Aerosmith - Dream On





Guns and Roses - You Could Be Mine





Nirvana - Smells Like Teen Spirit




Arctic Monkeys - Brianstorm





12 julho 2010

Will

Primeiramente é um derivado do meu nome, segundo é um verbo inglês que denota o futuro, e por terceiro, ainda na língua inglesa, significa “força de vontade”. Usando o primeiro e focando no terceiro aspecto conto que comecei a vida tranqüila, na infância eu vivia dentro do considerado normal, fui apresentado ao mundo profissional por volta dos doze anos de idade, era algo fácil, me tomava uma ou duas horas no máximo, o fazia em casa sem precisar de muito empenho. Quando me tornei teen às coisas se intensificaram com trabalho de dia e estudo de noite, normal para um adolescente também, essa nova rotina me incomodava, só curtia um sossego quando colocava a cabeça no travesseiro. Preguiça? Não, achava injusto meu suposto salário nos meus primeiros estágios, procurei outros e encontrei alguns com remuneração decente. No ápice dessa escalada percebi que estava exercendo atividades muito aquém do que deveria, me tornei gerente sem os benefícios do cargo, sugado por uma empresa que se aproveitou de minha inocência, o que me levou aos dezoito anos soltar meu sétimo e último: “Eu me demito”.

Fui andando sem pensar em voltar, hoje eu trabalho muito mais que naquela época e não existe mais um logotipo terceirizado no meu peito. Nada contra quem escolhe aquele caminho, cada um tem suas necessidades particulares, pra mim que não rolou, me deixava infeliz. Lá estava eu, do quase topo da cadeia alimentar para um desempregado, me assustei com a situação de imediato, devo confessar, tive que passar no verdadeiro teste que vem junto com toda escolha: precisei repeti-la, constantemente optando em ser verdadeiro com minhas decisões antigas. Até hoje não me rendi, já cheguei ao fundo do poço da derrota falindo minha primeira empresa, mas eu abri outra e não joguei a toalha, preciso honrar o meu nome não é? Pelo contrario, não creio que nome ou qualquer outro tipo de semiótica interfira numa personalidade, sou quem sou por ter vivido o que vivi, “ação e reação” como diria o Merovingian. Falando em Matrix, lembrei do trecho do diálogo final da trilogia, ajuda na ilustração da idéia, vou colocar abaixo a “lição de realidade” - dada por um deus escuro - sendo rebatida por Neo:

Smith: “Por que se levantar, Sr Anderson, por quê? Acredita que esta lutando por algo a mais que sua “sobrevivência”? Pode me dizer, será que faz alguma idéia: Seria pela “liberdade”, talvez “paz”, ou por “amor”? Ilusões, divagações da percepção, criações temporárias de um fraco intelecto humano tentando desesperadamente justificar uma existência sem significado ou propósito, todas tão artificiais quando a própria Matrix. Você deve ser capaz de enxergar isso a essa altura, é inútil continuar lutando, por que Sr Anderson, por que você persiste?!”

Neo: “Porque essa foi a minha escolha.”

Em uma única frase, o deus da luz do mundo virtual desfere uma porrada filosófica que destrói todo o entendimento dado por Smith, o ex-agente que estava passando por uma crise, gerada pelo Arquiteto, que não deixou o programa “reencarnar” como novo software, e se viu obrigado a continuar existindo só para equilibrar o sistema, Neo representa o livre-arbítrio e Smith o fatalismo, dois conceitos essenciais que são refletidos na vontade de todo individuo. Vivemos exatamente nessa linha tênue que separa esses dois mundos: Em um lado podemos fazer tudo que esta disponível dentro do possível, e no outro esta o inevitável que deve ser unicamente aceito, dizem que a verdadeira sabedoria esta em saber diferenciar essas duas situações. A vontade tem até mesmo uma religião em sua volta, criada por Aleister Crowley a “Thelema” prega a descoberta da “verdadeira vontade” no iniciado, esse terceiro olho estaria em comunhão com a “vontade do universo”, despertando o divino que há dentro de todo ser vivente.

Pra mim, Will, a principal arma da força de vontade é a disciplina, que etimologicamente é derivada da palavra discípulo, ou seja, a força de vontade deve ser tratada tal qual se trata um mestre. A subjetividade acarreta influência também: O otimismo que pode inflar o potencial de vitória, assim como o seu oposto, que pode desmontar uma ótima estratégia. A Determinação lhe permite ver claramente o objetivo, não permitindo distorções ou substituições. E mais dois ingredientes fundamentais: A paciência, necessária para reconhecer que certos resultados só são atingidos a médio e longo prazo, e o entusiasmo, que nos envolve de energia preparando-nos pra comemorar no final.


03 julho 2010

Tempo

Green Day - Time of your life

Assim que você nasce deveriam te dar a vida, mas te fazem sentir-se pequeno ao não te darem tempo, te introduzindo a agenda do mundo automatizado, até que a dor seja tão grande que você nem a sinta mais. A vida já começa difícil, eles te magoam em casa e te batem na escola, te odeiam se és astuto e te desprezam se és tolo. Depois de te assustarem por dezoito anos ímpares esperam que você escolha uma carreira, te pressionam tanto que você só foca nos temores. O tempo passa e você pensa ter se tornado esperto e cheio de conhecimento, entretanto esquece que te formaram como operário perfeito, você é apenas mais um plebeu. Herói da classe trabalhadora: “há lugar no topo”, eles continuam a te dizer, porem, para preencher a vaga, primeiro você precisa aprender a sorrir enquanto mata, esse é o novo tipo de alienação atual.

Vinicius de Moraes dizia: “Tende piedade do impávido colosso do esporte que se encaminha nadando para a morte”. Nos todos estamos correndo pra morte, mas não acreditamos nesse fato, Tyler Durden no filme Clube da Luta precisou queimar quimicamente à própria mão para se convercer de que realmente irá morrer, a dor tatuou a verdade no personagem que após isso mudou de vida. E a nossa vida esta insuportável graças ao imediatismo das pessoas, o dia não cabe mais dentro de 24 horas. O tempo, que é por definição a matéria-prima da vida é raro, e o que é raro é caro, o homem mais rico do mundo não o compra, a morte não o vende, contudo todos continuam no absurdo de vender o seu tempo - vida - por uma mixaria financeira. Ouça o som da bateria fora do timing no ar, é outro protestante que cruzou a linha para encontrar dinheiro do outro lado. Posso ouvir outro “amém”? Há uma bandeira envolvida em torno das dívidas dos homens, ou seria uma mordaça.

Alem da preocupação ridícula do consumismo onde somos impelidos a trabalhar em empregos que detestamos pra comprar merdas que não precisamos, tambem somos geralmente filhos dos discípulos da superstição, esse maldito vórtice de mentiras que rouba a nossa realidade nós rodeando com o faz-de-conta. Tudo isso vai se somando e no processo alguns vão pirando por não saber lidar com a incessante areia da ampulheta. Agora, por exemplo, é outro momento decisivo na sua vida, uma bifurcação cravada na estrada, não por esse texto e sim pelo tempo que te agarra pelo pulso e te mostra aonde ir através de suas escolhas. Então, dê o melhor nesse teste conhecido como tempo. É algo imprevisível, mas no final é tudo o que temos.


Referências: Time of your life – Green Day
                   Reengenharia do Tempo – Rosiska Darcy de Oliveira
                   O Desespero da Piedade – Vinicius de Moraes
                   Tic Tac, Tic TAC! –  Post relacionado

30 junho 2010

Falhar

April Fool - xxxHolic Soundtrack 


Normalmente agimos na intenção de estarmos/sermos certos, pelo menos eu sou assim. Não gosto de defender uma mentira ou de contribuir com um erro. Hoje na minha sessão pipoca assisti o filme "Advogado do Diabo" lá o personagem de Al Pacino, vulgo "tinhoso" faz uma descrição bem peculiar do mundo atual, resolvi usar aquela visão como pano de fundo para falar sobre a bipolaridade. Mas eu falhei na hora da síntese e publiquei um post de forma errada, eu achava que estava compreensivo mais as ideias estavam confusas deixando muitas dúvidas.

Primeiro assumi pra mim mesmo que havia escrito um equivoco, isso não foi difícil, eu sei que pisar na bola é normal, acontece, e em seguida o apaguei. Porem havia uma opção sinistra: a técnica da retórica, eu poderia usar da oratória e eloqüência para induzir o leitor à não perceber que eu estava equivocado, isso através de sinônimos complexos e pensamentos conflitantes sem desfecho, mais confundindo do que esclarecendo, políticos fazem uso desse artifício como ninguem, pois esses, assim como muitos, não se importam em falhar.

Quantos problemas podem ser evitados assim, no meu caso era algo simples, um mero post viajado, mas e nas coisas que realmente importam e que realmente nos dão trabalho para corrigir. Muitas vezes percebemos que falhamos, mas ao invés de voltarmos para corrigi-lo fugimos para frente se distanciando do problema. Não é fácil contornar certas conseqüências, mas deliberadamente permitir a falha faz com que qualquer erro seja duplo.

P.s.: A trilha desse post é do Watanuki - xxxHolic - um personagem meio... atrapalhando.

26 junho 2010

Honra

デッドエンド・シンフォニー
Monte Fuji

Eu sempre fui um admirador da cultura japonesa, fascinam-me alguns comportamentos típicos desses nossos irmãos orientais. Eles têm uma disciplina que supera a nossa e nos faz parecer soldados rasos ante um general vitorioso, a perseguição quase obsessiva pela perfeição de algo, o bushido que ensina viver a cada segundo, a cada tecla que eu aperto aqui, a cada linha que você lê aí. Existe outro grande aspecto latente na cultura japonesa, a honra, que é um valor baseado num princípio orientador, ou um sentimento relacionado ao respeito público, tornando alguém incorruptível, ela esta ligada diretamente com a integridade.

Se não controlada a honra se deturpa e flerta com o orgulho, outras vezes se assemelha a um narcótico. A ética deveria ser a principal lei interna da honra, contudo são comuns associações com moralismos. Por exemplo, era costume uma mulher manter protegida a sua virgindade para assim preservar a sua “honra”. O samurai também mantinha a honra como um bem valioso e se a perdesse, intencionalmente ou não, era melhor o Seppuku, ou suicídio, contudo a "honra" estava ligada estritamente a obedinência e lealdade ao Daimyo - feudo. Logo a honra esta sempre relacionada à sociedade em que ela esta inserida e limitada as suas verdades e regras.

Recentemente virou moda no nosso lado ocidental ser desonroso, somos impelidos à sermos assim por pressão, tudo de plástico no nosso mundo descartável, nada feito para durar e atributos excenciais que precisam de esforço se tornam dispensáveis. Se fosse o contrario e a honra fosse incentivada ela inspiraria confiança e credibilidade nas pessoas - o que esta em falta - gerando otimismo e evolução. 

"A glória deve ser conquistada; a honra, por sua vez, basta que não seja perdida."

Arthur Schopenhauer

21 junho 2010

Conselho de vilão

"Sempre tenha um objetivo. Saiba como o jogo acaba antes de levantar a mão. Mantenha sua mente livre, emoções o tornam fraco. E o mais importante: Entenda claramente a sua motivação, sempre saiba bem o que quer."
Sylar

19 junho 2010

Videologs

Navegando na net eu notei que ando usando boa parte do meu tempo visitando alguns videolog's - ou vlog's - o conceito em si me interessou de início, eles são como um blog, só que ao inves de usar a escrita usa-se o vídeo para registrar, é mais prático basta dar play, alem do mais, creio que uma quantidade superior de informação pode ser transmitida no audio/vídeo que ultrapassa a taxa de tranferência da escrita. Já pensei em vlogar e desisti, me daria muito trabalho e teria que investir em equipamentos.

Eu já usei vídeos de vlogs aqui no blog, e usarei de novo agora para ilustrar o tema de hoje, e a vitima é o canal do Denis Lee no Youtube, vou retwittar aqui alguns posts dele, para que se entenda bem o que é um "post de vlog". No vídeo abaixo ele faz um "remendo de assuntos" - como ele mesmo fala - começa falando sobre a escrita, como ela revoluciona a mente após colocá-la em prática no seu dia-dia e o impacto que suas palavras tem em você mesmo, depois ele comenta sobre um livro que te ensina a usar a agenda para ter mais tempo-livre - todos queremos ser Hiro Nakamura - e termina falando sobre os vlogs aqui na web brasileira, e nada melhor que um vlogueiro para falar a respeito. 

"A escrita, o livro e maspoxavida"




Eu gostei do estilo do Denis, na verdade até indico o blog dele, por isso postarei aqui outro vídeo dele, sendo que neste a edição é muito melhor que o de acima, o tema é mais complexo envolvendo vários subplots que ele criativamente juntou tudo numa narração, tendo ao fundo o clássico recurso do stop motion. Ele dá uma introdução sobre as teorias no desenvolvimento individual e concluí questionando o grau de importância dos ramos de estudos na formação acadêmica atual.

"Considerações sobre o sistema educacional contemporâneo."

Aqui, site com uma lista de vlog's:

17 junho 2010

O valor de um mero lápis.

"Há mais coisas entre o céu e a terra Horácio, do que sonha tua vã filosofia"
William Shakespeare


Palestrante: Milton Friedman - Economista