05 dezembro 2009

Adeus ano velho...


É chegado mais um fim de ano, quiçá um dos poucos rituais de passagem que ainda mantém o sentido frente ao mundo (supostamente) civilizado. O fim de dezembro sempre pesa um pouco em nossos corações. Ou assim deveria ser, levando em conta o tempo linear: o único motivo para dividi-lo é para analisar/controlar o que se fazer com certos períodos, tanto passados quanto vindouros.

Entretanto, essa análise de um ano (o que se fez e o que não se fez nele), infelizmente não acontece com todos devido à correria da vida contemporânea, e impelido pelo bem da economia: o consumismo é ampliado nessa época. Não quero demonizar o sistema, mas acontence que algumas mentes acabam acreditando que o “ter” é mais importante do que o “ser”. Papo antigo e muito batido e creio que valha a pena ser repetido, pois muitos ainda são imaturos e realmente não sabem distinguir o que se tem do que se é.

Um 'Nike' no pé ou um 'DC' no óculos podem oferecer certo status, levantando a mera existência que normalemte é vazia à algo mais valoroso. Uma canção de “Felix Da Housecat” diz que vivemos numa época em que a busca de todos os valores, que não: dinheiro, sucesso, fama e glamour, foram desacreditados ou destruídos. Muitos medem se um ano foi bom baseando-se no que se ganhou financeiramente nele, nos E.U.A. é comum ter o valor de um salário medido por ano e não por mês, como é nosso caso.

Pessoalmente eu digo que pouco a pouco, a cada ano que se finda, meu mundo esta se moldando conforme o meu desejo, tal qual a mensagem que existe no livro “The Secret”, contudo, o verdadeiro segredo de minhas mudanças estão sendo minhas atitudes, esforços e novos hábitos, graças à esses hábitos hoje sou alguem mais saudável: fisico/mentalmente. Não sou mais um daqueles que gosta de cobrir a cabeça com o travesseiro para voltar a dormir/sonhar. Eu percebi que por mais forte que seja a onda cerebral de um vivido desejo meu, essa sinapse não se compara ao mero impacto que meu pé tem ao dar um passo no chão.


Fique bem,

Feliz Natal e Feliz 2010





Post sobre o Natal, aqui.

27 novembro 2009

Inglês vs Português

A cultura de um povo é o representante máximo do mesmo, dentro da diversidade cultural de uma população creio que um dos mais fortes elos da cultura com as pessoas em si é a lingua que eles falam. Tendo isso como verdade eu quero analizar e comparar a ligua portuguesa (que nós abrasileramos) com a ligua inglesa, usando as palavras e seus respectivos significados como referencia para as conclusões. Não falarei das palavras portuguesas exclusivas de nossa lingua (ex.: esperança), meu intento é justamente o oposto. Como estou com um medo (meio irracional, mas nem tanto) de ver o Brasil entrar em uma nova ditatura graças a descoberta do pré-sal, eu escolhi três palavras que remetem ao civismo, começemos:

A palavra inglesa “ accountability” simplesmente não tem equivalente em português. Geralmente ela é traduzida como “prestação de contas”, mas trata-se de uma escolha ruim. “Prestação de contas” é algo que você faz, enquanto “accountability” é algo que você tem. Talvez a tradução mais próxima fosse “responsabilidade”, mas aí é uma palavra ampla demais. “Accountability”, para os americanos, é uma idéia central na democracia. O cientista político Larry Diamond, especialista em democracia, costuma dizer que os governos democráticos de alta qualidade precisam ter dois tipos de “accountability”: a vertical e a horizontal. “Accountability” vertical é a obrigação de prestar contas detalhadas à população. “Accountability” horizontal é fazer com que diferentes agências do governo tenham a atribuição de fiscalizar umas às outras, para garantir que tudo funcione bem. Lá há dois tipos de “accountability”, enquanto aqui nem temos a palavra. Haja visto que os governos, no geral, não sentem a menor necessidade de prestar contas nem para baixo nem para o lado.

A expressão inglesa “rule of law” é outra ausente do vacabulário político brasileiro. Geralmente ela é traduzida como “estado de direito”, o que é bastante revelador da nossa relação com o estado: só estamos interessados nos “direitos”, mas não damos muita bola para as regras. “Rule of law” na verdade quer dizer “império da lei”, ou “domínio da lei”. Ou seja: a idéia de que as regras de um país são para valer, e para todos, não somente aos demais, e sim à nós mesmo tambem. Uma idéia tão estrangeira para o jeito brasileiro de pensar que sequer entrou para o dicionário.

E a última palavra: “public” está presente nas duas línguas. Aqui a tradução "público" trás um significado bastante diferente de lá onde “public” significa “do povo”, “da comunidade”. Aqui, generalizando pode querer dizer “do governo”, ou “grátis”. Empresa pública, no Brasil, é uma empresa que serve ao povo, não confundir com empresa estatal que embora pertença à nação tem a inteção de gerar lucro. Nos EUA, é empresa publica tem ações na bolsa e obrigação de publicar informações financeiras detalhadas. Nos EUA, faculdade pública é paga, só que mais barata que as privadas, e no geral com qualidade um pouco inferior. No Brasil, faculdade pública é necessariamente grátis, com qualidade muito superior à das privadas e majoritariamente frequentada por gente de alto poder aquisitivo. Enfim, no Brasil os pobres pagam faculdade, enquanto os ricos ganham de graça, isso resume bem as diferenças entres essas duas soberanias.

22 novembro 2009

Um leve pensamento sobre os pensamentos

Quero falar sobre a subjetividade que meu dia forneceu. Com exessão de fatos pessoais que não irei postar aqui, hoje me vi obrigado à ter um controle mental afiado para não cair em armadilhas feitas por mim mesmo, abaixo explico o por que dessa afirmação. E alem dos demonios que corriam no meu neocortex outros três acontecimentos levaram-me à manter a minha lógica, a de que tudo é ponto de vista, absolutamente tudo. Meu primeiro "sinal" foi no começo dia: uma canção que em sua sintese fala:
" Você só vê o que seus olhos querem ver, como pode a vida ser aquilo que você quer que ela seja: Se você esta congelado com seu coração trancado. "
Frozen - Madonna



Passaram-se as horas e meu dia se seguiu, trivial e mais tarde vi dois episódios de naruto, embora não acompanhe mais o anime, os vi pois é o gran finalle de um dos meus personagens favoritos, de todos os personagens de todas as estórias que já vi: Uchiha Itachi (imagem acima), não iriei abordar nesse post a incrível personalidade dele, mas sim, algo que ele disse no decorrer da animação:


"A verdade? Você descide se quer acreditar nela ou não. Para sobreviver, nos agarramos a todo nosso conhecimento agregado e o processamos na melhor compreenção possível a fim de criar a nossa realidade. Contudo, conhecimento e compreensão são ambiguos, tal realidade provinda de tais fontes podem ser facilmente uma ilusão. Humanos vivem fazendo suposições erradas, e não é essa uma maneira contidiana e rotineira de se viver?"
Uchiha Itachi

E para terminar esse pequeno flash sobre a complicada e as vezes perigosa subjetividade, eis abaixo um conto budista que trata com maestria e ensina a vigiar e a cuidar da sua sobjetividade, ou seja, vigiar o seus proprios pensamentos.
O monge e o padeiro

Havia uma padaria em frente a um templo budista, lá o monge do templo precisou viajar e pediu que o dono da padaria cuidasse do templo e atendesse às visitas, e assim o fez o comerciante. Ao saber que um monge forasteiro faria uma visita ao monastério o padeiro ficou preocupadíssimo, ouvirá a sugestão do chefe da aldeia:
"Raspe a cabeça, coloque o manto e apenas sente-se diante da parede como se estivesse meditando. Faça como se estivesse em treinamento de silêncio, nada fale, nem escute e nem responda”.
Então chegou o monge visitante e começou a fazer perguntas sobre o Dharma. O dono da padaria assumiu um tom grave e fez "Shhh". O monge entendeu:
"Ah, ele está fazendo muitos dias de treinamento em silêncio, mas já que estou aqui depois de tão longa caminhada nas montanhas, vou aproveitar e perguntar com gestos, assim ele também pode responder com gestos, sem quebrar o voto de silêncio”.

Gesticulando, o monge perguntou: "como é o seu coração, seu espírito?" O dono da padaria respondeu com um grande gesto para as dez direções, ou seja, os quatro pontos cardeais, os quatro pontos médios entre eles, para cima e para baixo: "meu coração é como o oceano".
Veio a segunda pergunta, "como viver neste mundo?", e o dono da padaria mostrou os cinco dedos da mão, os cinco preceitos: não matar, não roubar, não cometer adultério, não conduzir os outros a erros, não usar intoxicantes. O monge sentiu-se tocado, "ah!, que bonito!" E mostrou três dedos da mão, perguntando, "onde estão as três jóias, o Buddha, o Dharma, a Sangha?" Ao que o dono da padaria respondeu com o punho, "não procure longe, está aqui muito perto, perto do olho, está aqui."
Impressionado, o monge viajante foi embora.

Vendo isso, o chefe da aldeia correu até o padeiro, "o que aconteceu? Ele foi embora muito impressionado, me conte!" E o dono da padaria explicou:
"Aquele monge é muito estúpido. Primeiro, fez um gesto com as mãos, perguntando quanto custava o pão, se o pão da loja era muito pequeno, e eu abri bem os braços, mostrando que meu pão é bem grande. Ele perguntou quanto custam dez pães e eu mostrei-lhe cinco dedos, dizendo cinco moedas, mas ele me mostrou três dedos, pedindo que vendesse por três, e eu pensei, que sem vergonha, e por pouco não lhe acertei um soco no olho!"

Esta é uma história divertida que mostra cada um vendo o que está pensando em sua própria mente, interpretando à sua maneira. O que você vê depende de seu interesse. Aquilo que não lhe interessa, ainda que esteja lá, você não vê.
Muitas vezes ocorre o oposto, você vê o que não existe, você cria. Por isso, não confie muito naquilo que esteja vendo. Como podemos ver as coisas verdadeiramente? Aqui há uma mesa, mas mesa, o que é? Madeira, árvore, pregos e o quê mais? Afinal de contas, nada, vazio. Tudo é vazio.
Monge Ryôtan Tokuda, originalmente publicado no Bodisatva

09 novembro 2009

O Menino pinhão e o Garoto arco-íris


Eis que um menino que vivia numa cidade de muitos pinheiros, um dia passeava por uma rua de paralelepípedos, andava sozinho sentindo o calor do Sol tocando a sua face e a brisa do vento no seu corpo, pensava em um sentindo para a vida. Aonde olhava ele procurava beleza, e a achava: em uma sombra projetada de uma árvore, no som do canto de um passarinho ou nos outros meninos transeuntes, eles tinham corpos lindos. Ele era pseudo-tímido, pseudo-intelectual e pseudo-livre, se chamava Keoki. Tinha uma veia artística, contudo por imposição da família antiquada ele nunca colocou esse seu lado para fora, o que o machucou.

Na tentativa de sarar a ferida ele tentava mudar, mas as correntes eram fortes, entretanto ele não se rendeu e ficou se debatendo insatisfeito com sua condição de não brilhar. Enquanto se soltava ele procurava brilho externo. Analisou os seus amigos mais próximos e concluiu que mesmo atado a amarras tais pessoas eram mais toscas que ele. Pessoas que tinham máscaras exuberantes que sob tais disfarces pousavam-se faces estranhas por muitas vezes assustadoras. Inconsolado, ele saia à procura de uma nova estrela. Ele caminha o percurso irradiando a sua luz interior ao mundo a sua volta, à procura de um novo horizonte que reluza e reflita algo e que o tirasse da eterna sensação de dèja vu.

Como muitos dos insatisfeitos com o mundo real ele procurou refugio no mundo virtual. Na internet as coisas são mais fáceis para personas claustrofóbicas. Esse não era o desejo de Keoki que simplesmente passeava na web para distrair-se do tédio que tendia a invadir tudo agora na sua vida. A caçada cibernética por algo se findou no dia em que ele acabou tropeçando no perfil de um garoto chamado: Kevin que imediatamente deixou keoki intrigado com sua total falta de compromisso com o mundo convencional, sendo livre e solto, com cabelos vermelhos com unhas pintadas Kevin cativou keoki. A agradável surpresa virtual explodiu a cabeça do cidadão da cidade dos pinheiros.

Mal sabia Keoki que esse seria só o começo de uma longa jornada, longos anos se passariam sem que os dois pombinhos pudessem se ver. Embora morassem a poucos quilômetros um do outro, uma força os separava. Tinham sessões de bate-papo intermináveis onde eles riam até chorar. Kevin mostrava seu cabelo que em poucos meses dava uma volta total no circulo cromático das cores capilares e das não capilares como: Azul, Branco, Pink e etc. Keoki usava da escrita para tentar conquistar o menino arco-íris, tal qual um cavalheiro corteja uma dama pelo ouvido, ele entregava as suas perolas aos poucos, sabendo que elas seriam bem guardadas, e assim o foram.

Então, de súbito, numa noite de festa, em um lugar comum, após tantas tentativas mal sucedidas, eis que o destino resolveu aparecer e colocar uma encruzilhada nessas linhas paralelas. Lá eles se cruzaram, contudo não se reconheceram, até que foram unidos por um amigo em comum, olhares se duelavam. Charmes e malicias no ar levaram a uma conversa que gerou uma dança e que finalmente culminou em um beijo de toque suave e macio. Keoki estava beijando a pessoa mais interessante que ele já havia conhecido. Um leque de cores correu por sua mente. O garoto arco-íris beijava o menino pinhão que tremia por realizar o aquilo que daria brilho a sua vida novamente. Agradável tremor que não acontecia desde a sua primeira vez. Isso o fez pegar fogo que incendiou e já inflamável Kevin.

Karma, ou fatalismo os colocou em trilhos diferentes novamente, conversas virtuais se intensificaram tornando a relação uma espécie de namoro virtual, ou pelo menos era assim que Kevin considerava Keoki. Determinado a por um fim nessa distância o menino sonhador vai até a casa do garoto colorido. Toca a campainha, é recepcionado com um beijo. Keoki é apresentado à “pessoa Kevin” e não o “Kevin de capa de revista” que ele conhecerá. E se interessou muito mais pela pessoa do que pelo pop star que brilha e reluz o arco-íris.

Impressionado em haver alguém que seja polemico, atrevido e meigo ao mesmo tempo, keoki vê uma pessoa amigável, culta e de bom humor que balança o seu mundo estruturado com firmes pilastras que se racham, ele desejava fazer filosofia, por julgar já ter visto de tudo, entretanto, ali em uma noite, ele optou por ser solto. Aceitou o conselho de Kevin que disse: “Não faça filosofia, é muito pesado, você vai se arrepender.” Eles se divertiram nesse dia, eles riram, se agarraram no sofá, no chão, na cadeira, na mesa... E por fim ficaram (por não estarem sozinhos) abraçados e conversando juntinhos.

Ele vai embora quase de madrugada e eles se separam novamente, e o tempo passou, e o mundo mudou. Para ambas as personagens: Keoki esta otimista com relação ao futuro, crê que tudo é possível, perdeu o desejo de encontrar a luz no fim do túnel (ele já a achou, ela esta dentro de si, Kevin o mostrou), foi ensinado por um ótimo professor a dar valor à vida, à alegria e à liberdade. Kevin, garoto sonhador de pensamentos grandes, embarcou numa jornada em busca de ver seus desejos realizados, confirmando a sua singularidade.


Que universo conspire em unir novamente esses dois indivíduos.”
Esse é o desejo de Keoki.

02 novembro 2009

Choque de realidade

Eu já tinha me esquecido que eu era uma aberração!

Sim, sou o esquisito, se levar em consideração a preferência sexual da maioria: eu me destaco por ser diferente. Há tanto tempo eu estava vivendo na bolha da minha vida "colorida" que nem lembrava mais desse fato, simples, que achei que estava preso à nostálgica parte da minha vida.

A ilusão de felicidade se esmigalhou hoje, quando fui violentamente lembrado dessa diferença graças às agressões gratuitas que recebi num fórum agora a pouco, em parte escrevo isso como descarrego. Ainda esta preso à minha goela a carga negativa que jogaram na minha cabeça.

Lembrei que sou odiado, que sou temido. E não no ponto “cool” dos metidinhos à Fernanda Young da vida, não! Odiado e temido a ponto de ter a integridade ameaçada. Eu enfrentei um ódio que levou meu interlocutor a usar de toda a sua capacidade em me ferir. Intelectualmente eu venci o duelo, mesmo com ele me ofendendo e eu usando de toda diplomacia, se fosse uma discussão cara a cara haveria tido um confronto físico. Isso me assustou, me lembrou.

Fui pego de escudo abaixado, atrofiado com esse tipo de atitude, por viver na ilusão darwinista de que o mundo esta evoluindo. Não sou de levantar bandeira, contudo gostaria de deixar um registro aqui de que fui ferido, que as antigas cicatrizes se abriram e finalmente, que isso tudo me lembrou à levantar meu escudo ao seu devido lugar.

21 setembro 2009

Natal

Quero abordar essa data que é comemorada em um dos solstícios. Na astrologia o solstício é o momento em que o Sol, durante seu movimento aparente na esfera celeste, atinge a maior declinação em latitude, medida a partir da linha do equador. Os solstícios ocorrem duas vezes por ano: em dezembro e em junho (inverno e verão) sendo o solstício de um hemisfério o oposto do outro.


Inicialmente esse festival era conhecido como “Saturnália” pelos norte-europeus, na era pré-cristã quando o solstício de inverno se aproximava e as plantas secavam, os “pagãos” traziam sinos para dentro de suas casas em um ato místico e ritualístico que simbolizava: trazer a essência das plantas para dentro de suas casas. Ali essa alma vegetal estaria protegida do extremo frio e poderia retornar para as plantas na primavera seguinte.


Essa data também era comemorada pelos teólogos romanos do templo de Saturno, oferendas e sacrifícios eram dados para abençoar e manter o solo, haja visto que Saturno era adorado como o patrono da agricultura. Também comemorado pelo povo geral que associava a saturnália à mítica Idade de Ouro, onde se vestia vermelho – cor que era considerada a cor dos deuses – usavam-se mascaras nas ruas e até escravos poderiam participar fazendo uma espécie de “Carnaval”.
Após a chegada de Cristo no mundo, tudo mudou. Roma sofria em guerras dividida entre o cristianismo e a religião romana. Numa tentativa de acabar com os conflitos internos o Imperador Constantino realizou o Concílio de Niceia – 325 D.C. – para decidir de uma vez por todas, qual seria a religião oficial do Império Romano. Decisão tomada: cristianismo escolhido, ele fundiu parte da religião romana dentro do cristianismo. Assim sendo a data de 25 de Dezembro ficou conhecida como a data do nascimento de Cristo e logo árvores de natal enfeitadas com sinos e Jesus começaram a andar de mãos dadas.
Eis que Clemente Clark Moore, que em 1882, lançou um poema: “Uma visita de São Nicolau” que conta sobre um bom velhinho que anda em um trenó puxado por renas. A inspiração para o nome do poema foi São Nicolau de Mira, um turco que auxiliava crianças e outros necessitados na europa antes da Idade Média. Apesar de ser considerado um santo pela Igreja Católica, São Nicolau pertencia ao grupo de eclesiásticos que não reconheciam a divindade de Cristo, porem foi seu lado caridoso que se eternizou.
Na internet o Papai Noel é comumente relacionado com a Coca-cola que seria a responsável pelo atual visual do Papai Noel – roupas vermelhas com detalhes em branco e cinto preto – mas é historicamente comprovado que o responsável por sua roupagem vermelha foi o Cartunista americano Thomas Nast, em 1886 na revista Haper’s Weeklys. O que ocorre é que em 1931 a Coca-Cola realizou uma grande campanha publicitária usando o Papai Noel que convenientemente tem as mesmas cores do refrigerante, campanha de grande sucesso que ajudou na divulgação do Papai Noel.
Agora pegue toda essa bagagem histórica que essa data tem, e some ao consumismo desenfreado e desmedido pós 2º Guerra Mundial para presentar todos os que te rodeiam. E não se preocupe se você vai demorar meio ano pra pagar as dívidas geradas em um único dia. 

24 agosto 2009

Oxalá Mundo hiperativo!

Há bilhões de anos atrás, quando o mundo foi criado. Tudo era uma seca só, num tinha terra, num tinha céu, num tinha bicho, num tinha gente, num tinha nada. Era só o breu. Aí, Deus foi ficando meio enjoado e decidiu criar o mundo. E pensou assim: 'Vê que besteira minha, por que é que há de ficar tudo sem nada, se eu posso inventar o que eu quiser?' E saiu inventando!

Primeiro Deus inventou o tempo, que era prá ter tempo de inventar o resto. Em seguida inventou o céu, que era pra ter onde morar. E como o céu tem que ficar em cima de alguma coisa, Deus inventou a Terra prá botar por debaixo. E aí Deus pensou: 'Oxente, já que tem a Terra, eu tenho que botar gente pra morar lá'. E foi assim que ele criou a vida! E no que ele criou a vida já criou a morte junto pois tudo que é vivo morre. 'Danosse!' Deus pensou na hora. 'Se todo ser vivo tem nariz, boca, orelha e olho, tem que ter uma serventia pra isso tudo!' Os olhos e o nariz já tinha as dele: os olhos eram prá olharem pro céu, e o nariz prá pessoa respirar enquanto viva, prá parar de respirar, prá poder morrer em paz. Mas carecia arranjar uma utilidade prá boca e prás orelha. E não foi por isso que Deus fez o verbo? Verbo era como Deus chamava as palavra.

E Deus haja inventar palavra. 'Montanha, rio, riacho, elefante, jumento, capim, abacate, saputi, laranja cravo.' Mas, como prá cada palavra tinha que ter uma coisa, Deus teve que inventar um monte de coisa, pra ficar uma coisa pra cada palavra. Abacate, saputi, laranja-cravo, capim, elefante, jumento, montanha, rio, riacho.

E os homem acharam pouco, e se botaram a inventar mais coisa ainda! Ihh... prego, parafuso, munguzá, picolé...

A Maquina - Adriana Falcão

Kimono

Haviam alguns homens ricos que costumavam fazer donativos ao um mosteiro local, um dia convidaram o mestre do mosteiro (Ikkyu) para um banquete. Segundo a tradição do mosteiro, os monges se revezavam para pedir esmolas a fim de arrecadar dinheiro para seu sustento. Ikkyu foi com roupas simples as ruas, já era o seu dia de pedir esmolas. Ao se dirigir a propriedade dos homens ricos, o anfitrião não reconhecendo o mestre, colocou-o para fora de casa dizendo:
"Você não pode ficar aqui, estamos esperando o famoso mestre Ikkyu!"
O mestre voltou ao mosteiro, trocou suas roupas pelo belo manto de cerimonias e se apresentou novamente. Foi recebido com todo o respeito e levado à sala do banquete. Ikkyu colocou o manto no encosto da cadeira e disse antes de se retirar:
"Suponho que tenham convidado o manto."


22 agosto 2009

Tornado-se Adulto

Parece que a cada dia esta cada vez mais difícil abandonar a infância e a adolescência e tornar-se adulto, não é incomum ver pessoas que esticam a sua adolescência até os 30 ou 40 anos de idade. Estranho também é perceber que isso não causa mais espanto nas pessoas, que atualmente acham natural um filho que há décadas é adulto e ainda permanece sob as asas de sua família. Estou citando os jovens do Brasil, pois na Suíça quando um filho atinge 15 anos de idade passa a ser tratado como um hospede, com o auxilio dos pais e sem pressão desnecessária ele deve sair e viver como adulto o mais rápido possível, perdendo todas as regalias e mimos.


O confortável ninho dos pais fica ainda mais atraente quando se percebe que o mundo é duro, que todos têm que enfrentar problemas diários. A mudança de perspectiva é clara, agora você estará no controle das rédeas sem alguém superior para guiá-lo (isso seria um adulto), terá no máximo um igual (como casal ao seu lado) e inferiores (caso tenha filhos). Em 2009 é uma transição difícil por muitas razões, alem de não existirem mais ritos de passagens como nas tribos antigas, que eram violentos e garantiam uma mudança firme, hoje, um jovem de 18 anos percebe que não há muitas oportunidades no mundo. E se vê diante de um inferno de competição, concorrências, batalhas pra conseguir espaço/reconhecimento, lutas amorosas e problemas sociais da qual ele é agora um dos responsáveis em contornar.


Outro problema que contribui para a longa permanência com os pais é a esquizofrenia latente da sociedade como um todo, que não tem mais identidade coletiva, e reflete esse fato no cidadão comum que não sabe quem é, e se torna incapaz de mudar (amadurecer). “Conhece-te a ti mesmo” já dizia Platão - ou Sócrates de acordo com os ortodoxos - há milênios atrás, citação que significa não apenas encontrar a própria verdade, mas a necessidade de guiar a vida de uma forma adequada visando à virtude e a felicidade. Atitudes de auto-reconhecimento que não são incentivadas na maioria das famílias brasileiras, e é na vida adulta que teremos que escolher quem somos, haja visto que na infância são nossos pais dizem quem devemos ser. A falta de mudança de alguns tornam verdadeiras as palavras de Belchior que diz: “... ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais...”


O conto de fadas da infância (pelo menos assim deveria ser) e o mundo real do adulto são tão diferentes que causam um choque numa porcentagem da população. Muitos se tornam místicos que preferem acreditar em algo extraordinário a aceitar os fatos corriqueiros e vivem numa realidade paralela. Existem também os que não conseguem fechar seus olhos a realidade cotidiana e acabam nas drogas, que é uma forma rápida e fácil de passar do mundo preto & branco para um “mais colorido”. A cada dia aumenta o numero de jovens (e não tão jovens assim) que fazem uso de drogas leves - álcool, maconha, haxixe, ecstasy, e tranqüilizantes legalmente aceitos pela sociedade - e das drogas pesadas – Heroína, cocaína e Crack – Tudo se deve ao efeito psicotrópico das drogas que elevam a consciência/percepção à um outro ângulo que não era antes compreensível, assim, por um curto momento a vida terá um novo sentido associado a sensações intensas ou xamânicas.


As drogas, é claro, são uma fuga. Existem aqueles que crêem que a maior das drogas é o sonho, que acaba dividindo as pessoas em dois tipos: de um lado as que preferem agir e transformar um determinado cotidiano através de esforços. De outro, as que preferem se refugiar inteiramente esquecendo uma realidade, as tornando domináveis, impotentes e infelizes. Alias, mesmo aqueles que querem mudar o mundo através de esforços têm a necessidade de sonho, contudo nesses, o sonho funciona como esboço de um plano que deve ser materializado.


Alguns que não agem não o fazem ao verificar que o mundo adulto tem objetivos fúteis e rejeitará qualquer sistema que ele seja estimulado a adentrar. “Se quisermos que as novas gerações vivam um mundo pleno de sentido, precisamos inventar novas provas de aprender a transformas o suor e as lágrimas em força de vida” disse o consultor da Unicef Fabrice Hervieu-Ware. A passagem rumo à vida adulta é inevitavelmente dura e difícil, uma verdadeira crise em nossa existência, e diante de uma crise nos comportamos de duas maneiras possíveis: enfrentá-la ou vitimar-se. Se não soubermos superá-las devemos gerenciá-las, pois o abandono de uma crise gera ainda mais crises. Se todos concordam que é hora de rever os ritos de passagens, é hora também de criar novos ritos, sem nostalgia. Nosso mundo tem necessidade de ritos modernos e positivos, com cerimônias originais e entusiásticas que promovam o reencontro com a morte, para que não se viva uma vida iludido e sem sentido que apensar dos nossos mais fortes desejos: tem fim.

16 agosto 2009

Mito da Caverna 2.0

Eis a "A Alegoria da Caverna", comumente conhecida como "Mito da Caverna" reformulada numa forma mais simples de absorver sendo o texto original cascudo e de dificil compreenção.



Antes de mais anda é bom frisar que a caverna é uma metafora, uma parabola. Fiz um resumo em tópicos dos detalhes da caverna seguido de descrição dos acorridos na alegoria, leia e compare com o desenho acima, fica mais fácil de se entender com a imagem complementando o texto abaixo:


  • Veja várias pessoas na escuridão, que nasceram e viveram suas infancias prisioneiras dentro dessa caverna.

  • Veja elas deitadas à sombra do muro, viradas para uma parede interna da caverna que é como se fosse uma tela.

  • Os prisioneiros não podem virar a cabeça pois estão amarrados e nenhum movimento é possivel, sequer dos olhos, eles só podem olhar para a parede.

  • Atrás deles há o fogo e projeta luz na parede que eles estão vendo.

  • De tempos em tempos passam pessoas em frente da fogueira com estatuas que imprimem sua sombra na parede.

  • Essa sombras de objetos nas paredes constutuem os objetos reais do mundo real na mente dos prisioneiros.

  • Os que carregam as estatuas emitem sons caracteristicos exclusivos para cada sombra individualmente.

  • Os prisioneiros fazem competições para ver quem é melhor em reconhecer os "objetos" só pelo som.

  • Os prisioneiros competem tambem para ver quem advinha mais rapido e corretamente qual é o "objeto" que eles estão vendo.
Agora deixe de ver o desenho e imagine que alguem é solto das amarras, ele se vira para trás e vê a foqueira que queima seu olhos (pense como deve ser terrível para um ser que só viu sombras na vida olhar a luz), ele se solta das correntes que o prediam no mesmo lugar, dá um passo e percebe que não consegue andar normalemente, ele esta atrofiado e cada passo doí, ele percebe que é doloroso sair da caverna. Ele saí e vê o sol, os campos, a vida biologica diversa da natureza, ele entende que é o sol que dá vida a ao mundo, mundo que não parede de sombras como ele pensava. Depois ele olha pra trás e vê os outros (iguais a ele) vendo sombras sem se dar conta da existência do Sol e de todo o mundo acima do chão. Ele transende a mente dele a uma nova realidade de luz onde as coisas não são limitadas pelas imagens das sombras. Ele tava preso a uma realidade e havia outra, é como uma cebola e suas camadas.


Ele volta ao interior da caverna, e como ele já tinha se acostumado com a luz, ele não vê nada na parede e fica como um "tolo" sem saber que sombras estão sendo expostas na parede (é doloroso retornar a carvena também, ele esta sofrendo na escuridão). Ele tenta conversar com os outros à sair da caverna, ele fala dos campos, do sol e da luz. E as pessoas acham que ele pirou, elouqueceu. Esse maluco que saiu pra fora não é sequer capaz de ver e reconhecer uma sombra na parede? (lembre-se que na mente dos prisioneiros as sombras não são sombras e sim objetos reais). Os prisioneiros não conseguem entender o que é um objeto tridimensional, eles não sabem o que é um animal, eles só sabem sobre as sombras e seu mundo 2D. Assim os caras presos começam a achar que o cara que se libertou é um maluco e vão lutar para que não sejam libertos. Essa é uma caracteristica de quem se liberta da caverna: a incompreensão dos presos que estão na realidade-sombra e aquêm do mundo real, nunca vão concordar com o iluminado. E mesmo que alguns aceitem a verdade, a maioria dos que tentarem se libertar desistirão no caminho, haja visto que é dolorido sair da caverna. Fim do mito.


Interpretação: Do Mito da Caverna tiramos outras mensagens como: A tarefa do iluminado não é só acender e abraçar o novo conhecimento, ele olha pra trás e vê que tem o dever de voltar e libertar o resto, mesmo que eles não queiram, mesmo que isso signifique a morte, os acorrentados vão querer matar o iluminado pois se libertar é dolorido como bem sabemos. E isso se vê espelhado em milhões outras filosofias religiosas (a vida de jesus passa pela ideia da Alegoria de Platão). Abordemos agora a "tela de projeção" que há dentro da caverna: elas são tão reais e complexas como o mundo real (fora da caverna) na mente do preso, mesmo sendo falso. A parede que tem projeções de sombra é um Silmulacro.




Silmulacro latin para similaridade termo usado por Jean Baudrillard no Simulacro & Simulations, lá ele diz que nos substituimos toda a nossa realidade atual por simbolos e imagens - como é o caso de Cristo que morreu na cruz, virou uma lenda e foi contado através de milênios e acabou virando um crucifixo de espelhos retrovisores dos carros - . O decaimento do significado original. Toda a esperiência humana hoje é uma simulação do real. Nós estamos tão afixionados pelo Simulacro que a realidade é só um vestígio e tão real quanto a própria simulação, por exemplo: televisão, imprensa, internet, o valor do dinheiro, a urbanisação e o processo industrial nos afastam da condição natural do mundo. Nos estamos simulando coisas que não existem.


Esse pensamento é baseado na fábula de um argentino chamado Jorge Luis Borges em seu poema:

"... Naquele Império, a Arte da Cartografia logrou tal perfeição que o mapa de uma única província ocupava toda uma cidade, e o mapa do Império, toda uma província. Com o tempo, esses mapas desmedidos não satisfizeram, e os Colégios de Cartógrafos levantaram um mapa do Império que tinha o tamanho do Império, e coincidia pontualmente com ele. Menos adictas ao estudo da Cartografia as gerações seguintes entenderam que esse dilatado mapa era inútil, e não sem piedade o entregaram as inclemencias do sol e dos invernos, nos desertos so oeste penduram despedaças ruínas do mapa, habitados por animais e por mendigos. Em todo o país não há outra reliquia das diciplinas Cartograficas..."


Nesse império do poema eles fizeram um mapa 1x1 e o imperio passou a ser o próprio mapa. Eles queriam um mapa tão perfeito que a única forma da simulação ser perfeita era tranformando a realiade numa simulação, ou seja, os caras tranformaram a realidade deles numa mapa. Quando o povo perdeu o interesse pelo "mapa" eles largaram o "mapa", só que a simulação era a realidade deles e o país foi para o inferno. Obvio isso é um poema, não há como fazer um mapa 1x1, mas nós estmos adictos às simulações que criamos assim como os moradores do império.


Nós temos ilusões semelhantes no nosso mundo, pegando como exemplo um aspecto da economia: o valor total do dinheiro de um país é baseado atualmente em crédito, atigamente se media pela quantidade de ouro que o páis tinha, já hoje se somar todas as linhas de créditos do mundo, elas serão maiores que P.I.B. mundial (é tudo uma simulação). Essa crise mundial reflete um pouco disso, estamos vendo que esse dinheiro todo não existe, estamos tendo que cair na real. É tudo uma porra de uma ilusão numa bolha gigantesca. Assim nos estamos adorando nos enfiar na nossa própria "Caverna de Plantão". E não se enganem, nos estamos sim nessa situação, estamos curtindo ver as sombrinhas na parede: comprando monitores LCD de 52 polegadas para uma simulação perfeita, considerando amigos próximos pessoas que nós nem vimos pessoalmente, e etc. Finalizando, essa idéia (silmulacro) é antiga, antes de Platão: no hinduímo tem um conceito chamado "Maia" onde o mundo todo é uma ilusão. Na biblia temos o próprio Jardim do Éden, que era uma ilusão e quando Adão comeu do fruto da "Arvore do Conhecimento" ele foi "expulso" do paraíso, ele soube da verdade e abandonou a ingnorância percebendo a vida como nos a conhecemos até hoje, percebendo que iria morrer.


Mesmo que tenha gostado desse post, eu lhe aconselho a ler a Alegoria da Caverna original e na integral, aqui. E ver na integra o vídeo abaixo:




Referência/fonte: Nerdcast 156

15 agosto 2009

Futuro


Eu estou vendo assustado a velocidade em que o mundo esta indo em direção ao progresso, não vou ficar dizendo que devemos parar devido ao custo alto que a Terra esta pangando pra isso, afinal o que acontece dentro de um ônibus que esta a 150Km/hora e para de uma hora pra outra sem redução lenta e controlada (morte). Várias pessoas hoje em dia baixaram do HD espiritual a personalidade do "Klaatu" (filme “O dia em que a terra parou” ) e pregam que precisamos mudar e tem que ser agora, caso não fizermos isso estaremos fadados ao fim.


Não sou tanto “oito” assim, nem sou “oitenta” também pra crer que se continuarmos com o nosso modo de viver atual tudo estará bem no futuro. Falando em extremos de um lado temos os que crêem que é impossível mudar o mundo, desse mesmo lado ainda existem os que crêem que o mundo jaz maligno e logo vem Cristo pra botar fogo em tudo e nos levar à Nova Jerusalém, e finalmente existem os que sossegam e deixam nas mãos dos alienígenas que em 2012 nos ensinarão a viver na Nova Era conforme as regras da Federação. Do outro lado do ringue tem aqueles que acham que logo estaremos vivendo num esgoto com hovercrafts e conectando através de linhas piratas, ou num planeta água em que nos tornaremos seres estranhos com guelras atrás das orelhas (rs...). Bom, chega de ficar viajando e imaginando cenários de filmes de ficção. Se o mundo continuar assim não vai ser como viver numa fábula mística ou no mundo de Matrix/Waterworld, será pior, chato e sem efeitos especiais. Ao que tudo indica o clima do planeta se tornará um caos, não teremos abrigo resistente o suficiente pra se adaptar, não teremos alimentos diversificados como hoje e perderemos alguns prazeres em se estar vivo, comer/respirar ar puro (como ex-fumante percebi o valor do oxigênio).

Blá blá blá, eu não preciso dizer que devemos tirar o pé do acelerador e consumir menos, afinal o ser vivo que não percebe isso é uma marionete idiota e não estaria lendo o terceiro parágrafo do meu blog (se é que alguém - alem do G.A.D.U - lê o que eu escrevo). Então vamos pensar, ou na verdade eu vou pensar aqui e você vai receber tudo de bandeja (nessa frase 3 dos 5 leitores fecharam a pagina). Eu gosto do Twitter, de Hollywood, do Milk Shake e perfume. Sei o valor do consumo e que precisamos depender de outros para ter algo que queremos, mas quando vejo anúncios de tênis (por exemplo) acompanhado de slogans como: “Por que viver é agora”, “Ser feliz é sabe aonde se vai”, “um sinal de atitude” ou qualquer outro slogan esquizofrênico que os publicitários associam aos produtos merdas que eles tem que vender eu fico irritado.


Blá blá blá de novo, já percebeu que eu não estou com intenção de re-programar ninguém, só quero expressar minha opinião a respeito do futuro, que chegou com exceção do Delorean voador, e espero que nunca chegue, um mundo com carros voadores seria um inferno de carros caindo em cima do seu portão ou destruindo as telhas da sua casa num pouso mal feito, haja visto o transito caótico que temos. Eu fico maravilhado ao ver os avanços da ciência que esta chegando ao ponto de vislumbrar como dar fim até a morte. Alias, época que espero não estar vivo para ver, sendo hoje a inevitável morte complicada de se lidar, imagine numa quando a morte for opcional e para poucos. Encerro dizendo que nosso dia-dia é o futuro dos filmes e seriados dos anos 80, e isso que acho legal. Claro que ainda temos o futuro (aos nossos olhos) e que ele pode ser algo como um episódio do “Alem da imaginação”.

13 agosto 2009

Mentira

A mentira é uma declaração feita por alguém que sabe que ela é falsa e tem por intenção passá-la por verdade. Uma declaração verdadeira pode ser uma mentira se o falante acredita que ela seja falsa. Exemplo: É provado cientificamente que a “Teoria da Evolução das Espécies” de Charles Darwin é real e verdadeira em quase todos as suas deduções, porem se um falante comenta-la sem acreditar na mesma, essa teoria vai por terra e se torna uma mentira. Lembrando que o termo “teoria” dentro do campo cientifico necessita obedecer métodos científicos/filosóficos que atestam e certificam sua veracidade, ao contrário do termo “teoria” comumente usado que tem como antonimo a “prática”. Logo, histórias fictícias, embora falsas, não são mentiras. Dependendo das definições, uma mentira pode ser uma declaração falsa genuína ou uma verdade seletiva.


Eu vejo a mentira como algo permissível desde que esteja sendo usada por alguém que transcendeu o nível ordinário de intelecto e consegue prever vários desfechos possíveis e a usa na intenção diminuir um conflito, porem isso é para poucos, ao contrário do que a maioria pensa, os que visam tirar proveito deste artificio em um conflito, simplesmente para não lidar com consequências futuras são anti-éticos. Assim como é o caso de crianças que inventam uma inverdade para evitar uma punição, a inteligência maquivélica se inicia por volta dos quatro anos e meio de idade, é quando as crianças começam a ser capazes de mentir de maneira convincente, antes disso elas não conseguem separar o que é real/falso para elas e o que é real/falso para terceiros. A mentira só é tolerável depois de muita meditação e ponderação para evitar um sofrimento que supere (e muito) o sofrimento da verdade. Em tribunais, o processo antagônico e padrão de evidência que é aplicado restringe as perguntas de maneira que a testemunha reduza a necessidade de mentir, de maneira que a verdade quanto a questão em julgamento, seja revelada com mais facilidade.


Na diplomacia e politica a mentira é necessária para o bem maior (infelizmente usada egoisticamente por nossos políticos). Exemplo: Na guerra da Pérsia vs Grécia, Temistocles após ter perdido a Batalha das Termópilas (enredo do filme 300) contra os persas, volta correndo pelo caminho de Maratona (daí vem o nome e a distância de 42km das maratonas de hoje) até Athenas para avisar que os persas eram poderosos e que a Grécia precisava se armar e ter mais barcos, mas o atheniense corredor não conseguiu convencer os lideres. Sabendo da tragédia vindoura, Temistocles inventou que os bárbaros do norte estavam prestes a invadir a Grécia, essa estória colou mais que a dos persas e foi assim que a terra de Platão foi salva, graças a uma mentira. Os armamentos e barcos feitos contra os bárbaros foram usados contra os persas (como queria Temistocles originalmente). São em contextos assim que uma mentira é aceitável. Há alguns tipos de mentiras que são consideradas desejáveis, ou mesmo obrigatórias, devido a convenção social. Dessas se incluem:

  • Uso de eufemismos para evitar falar sobre algo desagradável

  • Desculpas para evitar ou encerrar um encontro social indesejado

  • Dizer a uma pessoa moribunda o que ela quer ouvir

  • Inibição de opinião em assuntos que sejam um tabu
Levando em conta que o mundo não é preto e branco (dualista) - yin yang / bem e mal / certo e errado – a mentira pura é rara, assim como o seu oposto. Todos fazem perigosamente o uso da mentira no seu dia dia e vemos vários tons de cinzas por todos os lados devido a complexidade do mundo contemporâneo.

11 agosto 2009

Michael Jackson

Ghosts - Michael Jackson

Quero relatar como fã uma homenagem ao artista falecido, não vou ficar descrevendo onde ele nasceu, o quanto ele impactou o mundo pop, o dançarino espetacular que era ou a sua relevância no mercado. Vou simplesmente descrever quem era e continua sendo Michael Jackson aos meus olhos.

Capa do album Dangerous

Lembro que tudo começou no início dos anos 90 quando eu pedi para meu pai comprar o vinil do disco “Dangerous”, mesmo indo contra a crítica eu o considero o melhor disco de Michael Jackson até hoje. Quando o ganhei eu devia ter uns 10 anos de idade, o queria por causa da música “Black or White”, mas foi a “Jam” que me deixou realmente fã daquele cantor, a música começava com o som de vidro quedrando e eu começava a dançar. Eu costumava colocar as caixas de som para fora da janela com o som nas alturas, desde criança eu já infernizava meus visinhos com som alto, fato alias que me persegue até hoje. Fazia isso para não infernizar a minha mãe que reclamava de ficar ouvindo a mesma música dezenas de vezes repetidamente, infelizmente não tinha como deixá-lo tocando a mesma música sem parar na vitrola, o que me irritava, pois sempre que eu estava empolgado dançando a música acabava e lá ía eu voltar a agulha para o começo de “Jam”. Eu dançava horas na grama, adorava ficar rodando até quase passar mal, acabei por contaminar meus amigos com esse gosto, um deles virou fã mesmo e permanece até hoje.
O disco “Dangerous” alem da dança contribuiu para a minha educação, pois vinha com um encarte que cobria o vinil dentro da capa, esse encarte tinha as letras das músicas. Eu, com minha mania de perfeição, queria saber cantar as músicas sem o embromation normal das pessoas que cantam algo em inglês sem conhecer a língua. Eu decorei as letras em inglês sem saber o que estava escrito. Depois não achei isso certo e traduzi com um dicionário palavra por palavra, afinal não havia internet pra com um click descobrir todos os segredos da humanidade. Ter decorado todas as palavras do disco, seria uma inútilidade se não fosse depois, vendo filmes repetidamente (mania de nerd), eu comecei a notar as palavras em inglês que eram usadas no “Dangerous” nos diálogos, logo as assimilei com o resto da frase com ajuda da legenda, foi até fácil depois de praticamente decorar filmes, como: Alien, Exterminador do Futuro, Matrix, Entrevista com o Vampiro e etc - e com o devido tempo aprender a falar inglês percebendo que era auto-ditada.
Algum tempo depois ainda ouvindo muito "Dangerous", a letra da música “Heal the world” me atingiu em cheio e me influenciou demais na adolescência, eu na época já era sobrecarregado de problemas vindouros da minha sexualidade que me tirou da felicidade da infância/ignorância e me vi diante de um inferno, sim eu sou gay caso alguém não saiba. “Heal the world” me mostrou que não eram só os que me rodeavam, mas sim o mundo todo que estava doente, mesmo que superasse os problemas pessoais eu deveria me tornar um responsável em curar o mundo como Michael fala na música:

“... cure o mundo, pegue um pequeno espaço e faça-o um lugar melhor..."

Isso moldou em parte o meu caráter. Eu saí deformado das minhas lutas por respeito, onde pessoas me julgavam e me condenavam sem sequer me dar um direito de defesa ou resposta, afinal, ser quem eu sou é errado, sujo e deus condena. Bons perrengues que eu tive naquela época que me fez detestar ter nascido, já hoje aquece meu coração lembrar que eu superei e venci aquele tempo terrível de pessoas cruéis sem intenção de serem cruéis. Os que me apunhalavam eram os que eu mais amava, contudo eles não faziam isso por serem demônios encarnados, não, faziam por serem pequenos de consciência. O que me mutilava ainda mais por não me dar a chance de revidar o golpe recebido. Se eu ofendesse, humilhasse ou devolvesse qualquer agressão, eu sabia a dor que estaria causando e por isso me negava (e me nego até hoje) de ter essas atitudes.

Eu resolvi perdoar tudo que me foi feito e não devolver nada equivalente ao que recebi, afinal a benigna "Lei de Talião" do "Codigo de Hamirabi" servia para os seres humanos ainda selvagens de 4 mil anos atrás, já hoje se tornou uma desgraça com sua visão de "olho por olho, dente por dente". Aprendi que só cedendo e perdoando o mundo pode ter hamonia com mais de 6 bilhões de pessoas. Eu me tornei alguém pacifico que apanha muito, entretanto respeito o próximo, não me difiro em nada dos outros, não sou mais importante ou especial. Se o ser mais popular do planeta se preocupa com essas coisas, porque não haveria eu de me importar tambem, Michael Jackson não foi o forjador desse meu ser de hoje, mas quase, ele foi a primeira pedra que caiu do topo da montanha e fez a avalanche.
Eis que veio a MTV na minha casa, eu já achava os olhos de Michael no disco Dangerous irados (bonitos e estilosos), porem quando vi os clipes eu pirei com a imagem dele, sendo o rei do pop é claro que toda aparição dele era um espetáculo, qualquer clipe era um feito histórico, meus preferidos são: Scream, Thriller e Ghosts. Meu primeiro vinil foi de Michael Jackson e também depois um dos meus primeiros CD's, lembro que não tive um primeiro CD, isso porque no mesmo dia comprei três, e um deles era: “Blood on the dance floor” e adorei a música que dá nome ao disco, depois eu abandonei meu lado fã e fui viver a minha vida, escutando só esporadicamente músicas dele.

Então dia 25 de junho desse ano recebo a noticia de sua morte, não dei a menor bola de imediato, porem no dia seguinte, quando o JN acabou tocando “Ben” intercalado com diversas cenas dele eu não me contive e senti de novo que admirava esse ser humano que também teve sérios problemas logo no começo da existência, fiquei triste e nostálgico. Embora achasse gênial a sua música, minha admiração por Michael Jackson era mais pela pessoa do que pela personalidade famosa.

Senti pela sua morte. Adeus.

09 agosto 2009

Preguiça


Na medida em que a tecnologia avança e o mundo material se torna mais e mais uma parte do ser de alguém, as pessoas têm se tornado mais e mais preguiçosas. A preguiça, é claro, é um instinto diretamente conectado ao egoísmo. Somos constantemente ensinados a sermos individuais, que ser único é o sonho humano, que você é especial e diferente de todo mundo, e que tudo isso é bom e verdadeiro. Infelizmente isso é impossível. As pessoas se tornaram absolutamente investidas em suas cascas de ego que permeiam a parte mais externa de sua personalidade, e a defendem selvagemente.



Ainda falando sobre egoismo: ele faz as pessoas colocarem em suas cabeças que a destruição do ego é a destruição de sua personalidade, de seu caráter, e isso é mentira. Diminuir o ego a um nível saudável é a purificação do caráter, de modo que se eliminem os vícios e defeitos maiores, removendo-se assim os desequilíbrios e sofrimentos de um indivíduo. O problema real surge quando alguém é tão defensivo de sua personalidade que defenderá até mesmo seus vícios. Eles dirão coisas como: “Claro, eu sou um mentiroso crônico, mas isso é quem eu sou, é assim que Deus me fez (nasci assim)”. Tal ideia é inteiramente sem fundamento. Apenas uma faceta da sua casca de ego é mentirosa, e não foi porque Deus o fez assim. Você é mentiroso por causa de suas ações que você, conscientemente, escolheu perseguir. Contudo, as pessoas não aceitam isso facilmente.


Voltando a preguiça, hoje, as pessoas se acostumaram a ter tudo em suas mãos. O sucesso agora é atingir determinado alvo com o mínimo de esforço possível. Pessoas ao redor do mundo, todos os dias, prefeririam passar dez minutos em busca de um controle remoto do que levantarem e ligarem ou desligarem a televisão em poucos segundos de esforço físico. Essas pessoas abordam os outros aspectos da vida do mesmo modo. Querem saber onde o controle remoto para sua vida profissional, amorosa, social, politica, escolar e etc...


A profundidade do egoísmo da pessoa comum nunca cessa de me impressionar. Eu falo a eles sobre civismo, evolução mental, perdão e mudança de atitudes, mas eles desistem porque soa como “muito trabalhoso”. Metaforizando: As mesmas pessoas que não jogarão nem dez reais para um dízimo (ou uma doação qualquer) também não darão a Deus nem dez minutos de seu dia. “Eu dou a Ele uma hora por semana todo domingo”, dizem para si mesmos. “Se isso não é bom o bastante para Ele, Ele precisa superar isso. Eu estou ocupado.”


A falta de habilidade de se perturbar a rotina usual de preguiça por até poucos minutos, é precisamente o que muitos autores e os chamados professores pregam hoje. Eles ganham centenas de milhares de reais ao escreverem livros especificamente criados para esse tipo de pessoa, dizendo a ela “É normal ser preguiçoso”. Nos olhos desse autor, é claro que é normal. Essas pessoas irão torná-lo rico!


Formas de convivio e relação social diversas que estão surgindo hoje estão refletindo essa preguiça. As pessoas estão tentando convencer outras de que tudo pode ser um esporte de um tipo fácil, e que tudo estará bem. O homem comum se levanta orgulhosamente e grita, “Eu, com certeza, não sou o problema!”.


Não espere ter uma boa colheita sem primeiro trabalhar o solo e cultivar as plantas com cuidado. Não espere ter uma boa refeição sem primeiro cozinhá-la. Não espere chegar a um lugar distante sem viajar até lá, como diria a Adriana Calcanhoto: "O controle remoto possúi um remoto controle". O universo não é mau, mas ele não atenderá à sua egoística letargia.