16 agosto 2009

Mito da Caverna 2.0

Eis a "A Alegoria da Caverna", comumente conhecida como "Mito da Caverna" reformulada numa forma mais simples de absorver sendo o texto original cascudo e de dificil compreenção.



Antes de mais anda é bom frisar que a caverna é uma metafora, uma parabola. Fiz um resumo em tópicos dos detalhes da caverna seguido de descrição dos acorridos na alegoria, leia e compare com o desenho acima, fica mais fácil de se entender com a imagem complementando o texto abaixo:


  • Veja várias pessoas na escuridão, que nasceram e viveram suas infancias prisioneiras dentro dessa caverna.

  • Veja elas deitadas à sombra do muro, viradas para uma parede interna da caverna que é como se fosse uma tela.

  • Os prisioneiros não podem virar a cabeça pois estão amarrados e nenhum movimento é possivel, sequer dos olhos, eles só podem olhar para a parede.

  • Atrás deles há o fogo e projeta luz na parede que eles estão vendo.

  • De tempos em tempos passam pessoas em frente da fogueira com estatuas que imprimem sua sombra na parede.

  • Essa sombras de objetos nas paredes constutuem os objetos reais do mundo real na mente dos prisioneiros.

  • Os que carregam as estatuas emitem sons caracteristicos exclusivos para cada sombra individualmente.

  • Os prisioneiros fazem competições para ver quem é melhor em reconhecer os "objetos" só pelo som.

  • Os prisioneiros competem tambem para ver quem advinha mais rapido e corretamente qual é o "objeto" que eles estão vendo.
Agora deixe de ver o desenho e imagine que alguem é solto das amarras, ele se vira para trás e vê a foqueira que queima seu olhos (pense como deve ser terrível para um ser que só viu sombras na vida olhar a luz), ele se solta das correntes que o prediam no mesmo lugar, dá um passo e percebe que não consegue andar normalemente, ele esta atrofiado e cada passo doí, ele percebe que é doloroso sair da caverna. Ele saí e vê o sol, os campos, a vida biologica diversa da natureza, ele entende que é o sol que dá vida a ao mundo, mundo que não parede de sombras como ele pensava. Depois ele olha pra trás e vê os outros (iguais a ele) vendo sombras sem se dar conta da existência do Sol e de todo o mundo acima do chão. Ele transende a mente dele a uma nova realidade de luz onde as coisas não são limitadas pelas imagens das sombras. Ele tava preso a uma realidade e havia outra, é como uma cebola e suas camadas.


Ele volta ao interior da caverna, e como ele já tinha se acostumado com a luz, ele não vê nada na parede e fica como um "tolo" sem saber que sombras estão sendo expostas na parede (é doloroso retornar a carvena também, ele esta sofrendo na escuridão). Ele tenta conversar com os outros à sair da caverna, ele fala dos campos, do sol e da luz. E as pessoas acham que ele pirou, elouqueceu. Esse maluco que saiu pra fora não é sequer capaz de ver e reconhecer uma sombra na parede? (lembre-se que na mente dos prisioneiros as sombras não são sombras e sim objetos reais). Os prisioneiros não conseguem entender o que é um objeto tridimensional, eles não sabem o que é um animal, eles só sabem sobre as sombras e seu mundo 2D. Assim os caras presos começam a achar que o cara que se libertou é um maluco e vão lutar para que não sejam libertos. Essa é uma caracteristica de quem se liberta da caverna: a incompreensão dos presos que estão na realidade-sombra e aquêm do mundo real, nunca vão concordar com o iluminado. E mesmo que alguns aceitem a verdade, a maioria dos que tentarem se libertar desistirão no caminho, haja visto que é dolorido sair da caverna. Fim do mito.


Interpretação: Do Mito da Caverna tiramos outras mensagens como: A tarefa do iluminado não é só acender e abraçar o novo conhecimento, ele olha pra trás e vê que tem o dever de voltar e libertar o resto, mesmo que eles não queiram, mesmo que isso signifique a morte, os acorrentados vão querer matar o iluminado pois se libertar é dolorido como bem sabemos. E isso se vê espelhado em milhões outras filosofias religiosas (a vida de jesus passa pela ideia da Alegoria de Platão). Abordemos agora a "tela de projeção" que há dentro da caverna: elas são tão reais e complexas como o mundo real (fora da caverna) na mente do preso, mesmo sendo falso. A parede que tem projeções de sombra é um Silmulacro.




Silmulacro latin para similaridade termo usado por Jean Baudrillard no Simulacro & Simulations, lá ele diz que nos substituimos toda a nossa realidade atual por simbolos e imagens - como é o caso de Cristo que morreu na cruz, virou uma lenda e foi contado através de milênios e acabou virando um crucifixo de espelhos retrovisores dos carros - . O decaimento do significado original. Toda a esperiência humana hoje é uma simulação do real. Nós estamos tão afixionados pelo Simulacro que a realidade é só um vestígio e tão real quanto a própria simulação, por exemplo: televisão, imprensa, internet, o valor do dinheiro, a urbanisação e o processo industrial nos afastam da condição natural do mundo. Nos estamos simulando coisas que não existem.


Esse pensamento é baseado na fábula de um argentino chamado Jorge Luis Borges em seu poema:

"... Naquele Império, a Arte da Cartografia logrou tal perfeição que o mapa de uma única província ocupava toda uma cidade, e o mapa do Império, toda uma província. Com o tempo, esses mapas desmedidos não satisfizeram, e os Colégios de Cartógrafos levantaram um mapa do Império que tinha o tamanho do Império, e coincidia pontualmente com ele. Menos adictas ao estudo da Cartografia as gerações seguintes entenderam que esse dilatado mapa era inútil, e não sem piedade o entregaram as inclemencias do sol e dos invernos, nos desertos so oeste penduram despedaças ruínas do mapa, habitados por animais e por mendigos. Em todo o país não há outra reliquia das diciplinas Cartograficas..."


Nesse império do poema eles fizeram um mapa 1x1 e o imperio passou a ser o próprio mapa. Eles queriam um mapa tão perfeito que a única forma da simulação ser perfeita era tranformando a realiade numa simulação, ou seja, os caras tranformaram a realidade deles numa mapa. Quando o povo perdeu o interesse pelo "mapa" eles largaram o "mapa", só que a simulação era a realidade deles e o país foi para o inferno. Obvio isso é um poema, não há como fazer um mapa 1x1, mas nós estmos adictos às simulações que criamos assim como os moradores do império.


Nós temos ilusões semelhantes no nosso mundo, pegando como exemplo um aspecto da economia: o valor total do dinheiro de um país é baseado atualmente em crédito, atigamente se media pela quantidade de ouro que o páis tinha, já hoje se somar todas as linhas de créditos do mundo, elas serão maiores que P.I.B. mundial (é tudo uma simulação). Essa crise mundial reflete um pouco disso, estamos vendo que esse dinheiro todo não existe, estamos tendo que cair na real. É tudo uma porra de uma ilusão numa bolha gigantesca. Assim nos estamos adorando nos enfiar na nossa própria "Caverna de Plantão". E não se enganem, nos estamos sim nessa situação, estamos curtindo ver as sombrinhas na parede: comprando monitores LCD de 52 polegadas para uma simulação perfeita, considerando amigos próximos pessoas que nós nem vimos pessoalmente, e etc. Finalizando, essa idéia (silmulacro) é antiga, antes de Platão: no hinduímo tem um conceito chamado "Maia" onde o mundo todo é uma ilusão. Na biblia temos o próprio Jardim do Éden, que era uma ilusão e quando Adão comeu do fruto da "Arvore do Conhecimento" ele foi "expulso" do paraíso, ele soube da verdade e abandonou a ingnorância percebendo a vida como nos a conhecemos até hoje, percebendo que iria morrer.


Mesmo que tenha gostado desse post, eu lhe aconselho a ler a Alegoria da Caverna original e na integral, aqui. E ver na integra o vídeo abaixo:




Referência/fonte: Nerdcast 156

2 comentários:

[w]ill disse...

Embora eu duvide que alguem tenha lido isso...

Ozeas disse...

Muito bom