28 julho 2010

Justiça

Tão nobre virtude que todos desejam ter em suas vidas não é mesmo, louvada desde a era mitológica ela tem em nossa sociedade brasileira um ministério federal, e não somente isso, um dos três poderes de nosso estado é praticamente dela. Mas não quero falar sobre o principio que ela carrega no governo, que é manter a ordem social através da preservação dos direitos, quero ir mais fundo questionando a própria estatua cega intrinsecamente.


Vou deixar de lado todos os tons de cinza e partir para o discurso preto e braço, justiça é dar o que por direito lhe pertence, ou seja, nada mais é do que vingança, uma equação que se equilibra. O problema é que enquanto uma pessoa (ou nação) luta pela sua justiça, outra pessoa lutará pela dela, é assim que agem os humanos (que governam nações). Trazendo conflitos por todos os lados com o seu uso excessivo, só aumentando a necessidade de justiça/vingança, formando um ciclo vicioso sem fim que roda a humanidade no dedo feito um titereiro desde a criação do Código de Hamurabi. Nós estamos vivendo nesse meio, sabemos o que foi o passado e podemos prever como será o futuro, pois a história mostra que no mundo são sempre aqueles abaixo servindo os que estão acima. Embora usemos de muitos remédios para reverter essa patologia, estamos adquirindo resistência a eles: a religião/espiritualidade não segura mais os oprimidos e a culpa não fere mais os poderosos que tem todos os seus mesquinhos desejos rapidamente atendidos. Não podemos tirar outra conclusão que não seja a de que as pessoas ainda são incapazes de entenderem umas as outras.

A solução não é fácil, e eu não a tenho, estou meramente botando o dedo na ferida. Não podemos simplesmente deixar sem conseqüências os ato cometidos pelo povo a fim de tentar estancar essa hemorragia, o mundo já esta um caos com regras, sem elas voltaríamos às cavernas imediatamente. Também não podemos ser drásticos propondo mudanças de cunho duvidoso, como o Imperador do Star Wars, que queria dominar a força o universo para assim conquistar a paz, ou o Adrian Veidt do Watchmen que simula uma invasão alienígena para unir o mundo contra um inimigo comum. Sendo o mundo de nossa responsabilidade, não daqueles que virão, nem dos que se foram, e muito menos de um deus idealizado, vamos pensar nisso juntos ok, pois o seu esta na reta também. Nosso trem esta indo rumo ao precipício, não se entregue a passividade nesses assuntos como fizeram boa parte das gerações que nos precederam. Pense a respeito e tente sim mudar o mundo, mas não como os vilões acima: pegue um pequeno desafio e o solucione, pegue um pequeno espaço e faça-o um lugar melhor, lembre-se que você é a exceção.

3 comentários:

Ronise Vilela disse...

Justiça é algo que reivindicamos desde que somos crianças, mesmo sem saber do que se trata. Quremos direitos, uma vez cumprido deveres. É a velha conhecida troca de favores. Mas, em qualquer sociedade, não importa o tamanho, o ideal e condições climáticas, se faz necessário regras. Justas ou não!

[w]ill disse...

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Não falei o contrário no texto, mas me incomoda ver uma pessoa injustiçada sendo consumida pelo ódio com sangue nos olhos procurando por reparação.

[w]ill disse...

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A verdade do universo é que nada é seguro, não existe justiça perfeita, nem injustiça perfeita. Quis ser dualista (preto e branco) para instigar os leitores à pensarem no assunto e usarem do seu bom senso pra equilibrar a balança. Por isso falei que "você é a excessão". Joguei pro ambíguo campo da subjetividade, por que aqui dentro da caverna de platão, só podemos ver as sombras na parede, só lá fora no suposto mundo perfeito do Sol é que poderíamos ter algo melhor.