13 agosto 2009

Mentira

A mentira é uma declaração feita por alguém que sabe que ela é falsa e tem por intenção passá-la por verdade. Uma declaração verdadeira pode ser uma mentira se o falante acredita que ela seja falsa. Exemplo: É provado cientificamente que a “Teoria da Evolução das Espécies” de Charles Darwin é real e verdadeira em quase todos as suas deduções, porem se um falante comenta-la sem acreditar na mesma, essa teoria vai por terra e se torna uma mentira. Lembrando que o termo “teoria” dentro do campo cientifico necessita obedecer métodos científicos/filosóficos que atestam e certificam sua veracidade, ao contrário do termo “teoria” comumente usado que tem como antonimo a “prática”. Logo, histórias fictícias, embora falsas, não são mentiras. Dependendo das definições, uma mentira pode ser uma declaração falsa genuína ou uma verdade seletiva.


Eu vejo a mentira como algo permissível desde que esteja sendo usada por alguém que transcendeu o nível ordinário de intelecto e consegue prever vários desfechos possíveis e a usa na intenção diminuir um conflito, porem isso é para poucos, ao contrário do que a maioria pensa, os que visam tirar proveito deste artificio em um conflito, simplesmente para não lidar com consequências futuras são anti-éticos. Assim como é o caso de crianças que inventam uma inverdade para evitar uma punição, a inteligência maquivélica se inicia por volta dos quatro anos e meio de idade, é quando as crianças começam a ser capazes de mentir de maneira convincente, antes disso elas não conseguem separar o que é real/falso para elas e o que é real/falso para terceiros. A mentira só é tolerável depois de muita meditação e ponderação para evitar um sofrimento que supere (e muito) o sofrimento da verdade. Em tribunais, o processo antagônico e padrão de evidência que é aplicado restringe as perguntas de maneira que a testemunha reduza a necessidade de mentir, de maneira que a verdade quanto a questão em julgamento, seja revelada com mais facilidade.


Na diplomacia e politica a mentira é necessária para o bem maior (infelizmente usada egoisticamente por nossos políticos). Exemplo: Na guerra da Pérsia vs Grécia, Temistocles após ter perdido a Batalha das Termópilas (enredo do filme 300) contra os persas, volta correndo pelo caminho de Maratona (daí vem o nome e a distância de 42km das maratonas de hoje) até Athenas para avisar que os persas eram poderosos e que a Grécia precisava se armar e ter mais barcos, mas o atheniense corredor não conseguiu convencer os lideres. Sabendo da tragédia vindoura, Temistocles inventou que os bárbaros do norte estavam prestes a invadir a Grécia, essa estória colou mais que a dos persas e foi assim que a terra de Platão foi salva, graças a uma mentira. Os armamentos e barcos feitos contra os bárbaros foram usados contra os persas (como queria Temistocles originalmente). São em contextos assim que uma mentira é aceitável. Há alguns tipos de mentiras que são consideradas desejáveis, ou mesmo obrigatórias, devido a convenção social. Dessas se incluem:

  • Uso de eufemismos para evitar falar sobre algo desagradável

  • Desculpas para evitar ou encerrar um encontro social indesejado

  • Dizer a uma pessoa moribunda o que ela quer ouvir

  • Inibição de opinião em assuntos que sejam um tabu
Levando em conta que o mundo não é preto e branco (dualista) - yin yang / bem e mal / certo e errado – a mentira pura é rara, assim como o seu oposto. Todos fazem perigosamente o uso da mentira no seu dia dia e vemos vários tons de cinzas por todos os lados devido a complexidade do mundo contemporâneo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Verdade!