Ghosts - Michael Jackson
Quero relatar como fã uma homenagem ao artista falecido, não vou ficar descrevendo onde ele nasceu, o quanto ele impactou o mundo pop, o dançarino espetacular que era ou a sua relevância no mercado. Vou simplesmente descrever quem era e continua sendo Michael Jackson aos meus olhos.
Capa do album Dangerous
Lembro que tudo começou no início dos anos 90 quando eu pedi para meu pai comprar o vinil do disco “Dangerous”, mesmo indo contra a crítica eu o considero o melhor disco de Michael Jackson até hoje. Quando o ganhei eu devia ter uns 10 anos de idade, o queria por causa da música “Black or White”, mas foi a “Jam” que me deixou realmente fã daquele cantor, a música começava com o som de vidro quedrando e eu começava a dançar. Eu costumava colocar as caixas de som para fora da janela com o som nas alturas, desde criança eu já infernizava meus visinhos com som alto, fato alias que me persegue até hoje. Fazia isso para não infernizar a minha mãe que reclamava de ficar ouvindo a mesma música dezenas de vezes repetidamente, infelizmente não tinha como deixá-lo tocando a mesma música sem parar na vitrola, o que me irritava, pois sempre que eu estava empolgado dançando a música acabava e lá ía eu voltar a agulha para o começo de “Jam”. Eu dançava horas na grama, adorava ficar rodando até quase passar mal, acabei por contaminar meus amigos com esse gosto, um deles virou fã mesmo e permanece até hoje.
O disco “Dangerous” alem da dança contribuiu para a minha educação, pois vinha com um encarte que cobria o vinil dentro da capa, esse encarte tinha as letras das músicas. Eu, com minha mania de perfeição, queria saber cantar as músicas sem o embromation normal das pessoas que cantam algo em inglês sem conhecer a língua. Eu decorei as letras em inglês sem saber o que estava escrito. Depois não achei isso certo e traduzi com um dicionário palavra por palavra, afinal não havia internet pra com um click descobrir todos os segredos da humanidade. Ter decorado todas as palavras do disco, seria uma inútilidade se não fosse depois, vendo filmes repetidamente (mania de nerd), eu comecei a notar as palavras em inglês que eram usadas no “Dangerous” nos diálogos, logo as assimilei com o resto da frase com ajuda da legenda, foi até fácil depois de praticamente decorar filmes, como: Alien, Exterminador do Futuro, Matrix, Entrevista com o Vampiro e etc - e com o devido tempo aprender a falar inglês percebendo que era auto-ditada.
Algum tempo depois ainda ouvindo muito "Dangerous", a letra da música “Heal the world” me atingiu em cheio e me influenciou demais na adolescência, eu na época já era sobrecarregado de problemas vindouros da minha sexualidade que me tirou da felicidade da infância/ignorância e me vi diante de um inferno, sim eu sou gay caso alguém não saiba. “Heal the world” me mostrou que não eram só os que me rodeavam, mas sim o mundo todo que estava doente, mesmo que superasse os problemas pessoais eu deveria me tornar um responsável em curar o mundo como Michael fala na música:
“... cure o mundo, pegue um pequeno espaço e faça-o um lugar melhor..."
Isso moldou em parte o meu caráter. Eu saí deformado das minhas lutas por respeito, onde pessoas me julgavam e me condenavam sem sequer me dar um direito de defesa ou resposta, afinal, ser quem eu sou é errado, sujo e deus condena. Bons perrengues que eu tive naquela época que me fez detestar ter nascido, já hoje aquece meu coração lembrar que eu superei e venci aquele tempo terrível de pessoas cruéis sem intenção de serem cruéis. Os que me apunhalavam eram os que eu mais amava, contudo eles não faziam isso por serem demônios encarnados, não, faziam por serem pequenos de consciência. O que me mutilava ainda mais por não me dar a chance de revidar o golpe recebido. Se eu ofendesse, humilhasse ou devolvesse qualquer agressão, eu sabia a dor que estaria causando e por isso me negava (e me nego até hoje) de ter essas atitudes.
Eu resolvi perdoar tudo que me foi feito e não devolver nada equivalente ao que recebi, afinal a benigna "Lei de Talião" do "Codigo de Hamirabi" servia para os seres humanos ainda selvagens de 4 mil anos atrás, já hoje se tornou uma desgraça com sua visão de "olho por olho, dente por dente". Aprendi que só cedendo e perdoando o mundo pode ter hamonia com mais de 6 bilhões de pessoas. Eu me tornei alguém pacifico que apanha muito, entretanto respeito o próximo, não me difiro em nada dos outros, não sou mais importante ou especial. Se o ser mais popular do planeta se preocupa com essas coisas, porque não haveria eu de me importar tambem, Michael Jackson não foi o forjador desse meu ser de hoje, mas quase, ele foi a primeira pedra que caiu do topo da montanha e fez a avalanche.
Eis que veio a MTV na minha casa, eu já achava os olhos de Michael no disco Dangerous irados (bonitos e estilosos), porem quando vi os clipes eu pirei com a imagem dele, sendo o rei do pop é claro que toda aparição dele era um espetáculo, qualquer clipe era um feito histórico, meus preferidos são: Scream, Thriller e Ghosts. Meu primeiro vinil foi de Michael Jackson e também depois um dos meus primeiros CD's, lembro que não tive um primeiro CD, isso porque no mesmo dia comprei três, e um deles era: “Blood on the dance floor” e adorei a música que dá nome ao disco, depois eu abandonei meu lado fã e fui viver a minha vida, escutando só esporadicamente músicas dele.
Então dia 25 de junho desse ano recebo a noticia de sua morte, não dei a menor bola de imediato, porem no dia seguinte, quando o JN acabou tocando “Ben” intercalado com diversas cenas dele eu não me contive e senti de novo que admirava esse ser humano que também teve sérios problemas logo no começo da existência, fiquei triste e nostálgico. Embora achasse gênial a sua música, minha admiração por Michael Jackson era mais pela pessoa do que pela personalidade famosa.
Então dia 25 de junho desse ano recebo a noticia de sua morte, não dei a menor bola de imediato, porem no dia seguinte, quando o JN acabou tocando “Ben” intercalado com diversas cenas dele eu não me contive e senti de novo que admirava esse ser humano que também teve sérios problemas logo no começo da existência, fiquei triste e nostálgico. Embora achasse gênial a sua música, minha admiração por Michael Jackson era mais pela pessoa do que pela personalidade famosa.
Senti pela sua morte. Adeus.
Um comentário:
Muito legal o que escreveu, eu sei o que é ser fã.Sou louca pela Beyoncé(no bom sentido)e se ela viesse a falecer acho que iria junto.
O sucesso dela nao se compara ao de Michael mas o sentimento que sentimos é o mesmo.
Passe no meu blog:
http://thaischagas.blogspot.com/
beijos
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