22 novembro 2009

Um leve pensamento sobre os pensamentos

Quero falar sobre a subjetividade que meu dia forneceu. Com exessão de fatos pessoais que não irei postar aqui, hoje me vi obrigado à ter um controle mental afiado para não cair em armadilhas feitas por mim mesmo, abaixo explico o por que dessa afirmação. E alem dos demonios que corriam no meu neocortex outros três acontecimentos levaram-me à manter a minha lógica, a de que tudo é ponto de vista, absolutamente tudo. Meu primeiro "sinal" foi no começo dia: uma canção que em sua sintese fala:
" Você só vê o que seus olhos querem ver, como pode a vida ser aquilo que você quer que ela seja: Se você esta congelado com seu coração trancado. "
Frozen - Madonna



Passaram-se as horas e meu dia se seguiu, trivial e mais tarde vi dois episódios de naruto, embora não acompanhe mais o anime, os vi pois é o gran finalle de um dos meus personagens favoritos, de todos os personagens de todas as estórias que já vi: Uchiha Itachi (imagem acima), não iriei abordar nesse post a incrível personalidade dele, mas sim, algo que ele disse no decorrer da animação:


"A verdade? Você descide se quer acreditar nela ou não. Para sobreviver, nos agarramos a todo nosso conhecimento agregado e o processamos na melhor compreenção possível a fim de criar a nossa realidade. Contudo, conhecimento e compreensão são ambiguos, tal realidade provinda de tais fontes podem ser facilmente uma ilusão. Humanos vivem fazendo suposições erradas, e não é essa uma maneira contidiana e rotineira de se viver?"
Uchiha Itachi

E para terminar esse pequeno flash sobre a complicada e as vezes perigosa subjetividade, eis abaixo um conto budista que trata com maestria e ensina a vigiar e a cuidar da sua sobjetividade, ou seja, vigiar o seus proprios pensamentos.
O monge e o padeiro

Havia uma padaria em frente a um templo budista, lá o monge do templo precisou viajar e pediu que o dono da padaria cuidasse do templo e atendesse às visitas, e assim o fez o comerciante. Ao saber que um monge forasteiro faria uma visita ao monastério o padeiro ficou preocupadíssimo, ouvirá a sugestão do chefe da aldeia:
"Raspe a cabeça, coloque o manto e apenas sente-se diante da parede como se estivesse meditando. Faça como se estivesse em treinamento de silêncio, nada fale, nem escute e nem responda”.
Então chegou o monge visitante e começou a fazer perguntas sobre o Dharma. O dono da padaria assumiu um tom grave e fez "Shhh". O monge entendeu:
"Ah, ele está fazendo muitos dias de treinamento em silêncio, mas já que estou aqui depois de tão longa caminhada nas montanhas, vou aproveitar e perguntar com gestos, assim ele também pode responder com gestos, sem quebrar o voto de silêncio”.

Gesticulando, o monge perguntou: "como é o seu coração, seu espírito?" O dono da padaria respondeu com um grande gesto para as dez direções, ou seja, os quatro pontos cardeais, os quatro pontos médios entre eles, para cima e para baixo: "meu coração é como o oceano".
Veio a segunda pergunta, "como viver neste mundo?", e o dono da padaria mostrou os cinco dedos da mão, os cinco preceitos: não matar, não roubar, não cometer adultério, não conduzir os outros a erros, não usar intoxicantes. O monge sentiu-se tocado, "ah!, que bonito!" E mostrou três dedos da mão, perguntando, "onde estão as três jóias, o Buddha, o Dharma, a Sangha?" Ao que o dono da padaria respondeu com o punho, "não procure longe, está aqui muito perto, perto do olho, está aqui."
Impressionado, o monge viajante foi embora.

Vendo isso, o chefe da aldeia correu até o padeiro, "o que aconteceu? Ele foi embora muito impressionado, me conte!" E o dono da padaria explicou:
"Aquele monge é muito estúpido. Primeiro, fez um gesto com as mãos, perguntando quanto custava o pão, se o pão da loja era muito pequeno, e eu abri bem os braços, mostrando que meu pão é bem grande. Ele perguntou quanto custam dez pães e eu mostrei-lhe cinco dedos, dizendo cinco moedas, mas ele me mostrou três dedos, pedindo que vendesse por três, e eu pensei, que sem vergonha, e por pouco não lhe acertei um soco no olho!"

Esta é uma história divertida que mostra cada um vendo o que está pensando em sua própria mente, interpretando à sua maneira. O que você vê depende de seu interesse. Aquilo que não lhe interessa, ainda que esteja lá, você não vê.
Muitas vezes ocorre o oposto, você vê o que não existe, você cria. Por isso, não confie muito naquilo que esteja vendo. Como podemos ver as coisas verdadeiramente? Aqui há uma mesa, mas mesa, o que é? Madeira, árvore, pregos e o quê mais? Afinal de contas, nada, vazio. Tudo é vazio.
Monge Ryôtan Tokuda, originalmente publicado no Bodisatva

2 comentários:

Anônimo disse...

Ótimos textos como semrpe!

[w]ill disse...

-

No texto, postei a fala de Itachi no anime, no manga ele diz o seguinte:

"As pessoas vivem atadas ao que elas aceitam como 'correto' e 'verdade'. Isso é o que chamamos de realidade. Mas o que significa ser 'correto' ou 'verdade'?

São apenas conceitos incertos... A realidade deles pode não passar de uma ilusão. E podemos considerá-los ingênuos por viverem em seu proprio mundo, moldados por suas prórpias crenças."

Itachi Rules. xD