A cultura de um povo é o representante máximo do mesmo, dentro da diversidade cultural de uma população creio que um dos mais fortes elos da cultura com as pessoas em si é a lingua que eles falam. Tendo isso como verdade eu quero analizar e comparar a ligua portuguesa (que nós abrasileramos) com a ligua inglesa, usando as palavras e seus respectivos significados como referencia para as conclusões. Não falarei das palavras portuguesas exclusivas de nossa lingua (ex.: esperança), meu intento é justamente o oposto. Como estou com um medo (meio irracional, mas nem tanto) de ver o Brasil entrar em uma nova ditatura graças a descoberta do pré-sal, eu escolhi três palavras que remetem ao civismo, começemos:
A palavra inglesa “ accountability” simplesmente não tem equivalente em português. Geralmente ela é traduzida como “prestação de contas”, mas trata-se de uma escolha ruim. “Prestação de contas” é algo que você faz, enquanto “accountability” é algo que você tem. Talvez a tradução mais próxima fosse “responsabilidade”, mas aí é uma palavra ampla demais. “Accountability”, para os americanos, é uma idéia central na democracia. O cientista político Larry Diamond, especialista em democracia, costuma dizer que os governos democráticos de alta qualidade precisam ter dois tipos de “accountability”: a vertical e a horizontal. “Accountability” vertical é a obrigação de prestar contas detalhadas à população. “Accountability” horizontal é fazer com que diferentes agências do governo tenham a atribuição de fiscalizar umas às outras, para garantir que tudo funcione bem. Lá há dois tipos de “accountability”, enquanto aqui nem temos a palavra. Haja visto que os governos, no geral, não sentem a menor necessidade de prestar contas nem para baixo nem para o lado.
A expressão inglesa “rule of law” é outra ausente do vacabulário político brasileiro. Geralmente ela é traduzida como “estado de direito”, o que é bastante revelador da nossa relação com o estado: só estamos interessados nos “direitos”, mas não damos muita bola para as regras. “Rule of law” na verdade quer dizer “império da lei”, ou “domínio da lei”. Ou seja: a idéia de que as regras de um país são para valer, e para todos, não somente aos demais, e sim à nós mesmo tambem. Uma idéia tão estrangeira para o jeito brasileiro de pensar que sequer entrou para o dicionário.
E a última palavra: “public” está presente nas duas línguas. Aqui a tradução "público" trás um significado bastante diferente de lá onde “public” significa “do povo”, “da comunidade”. Aqui, generalizando pode querer dizer “do governo”, ou “grátis”. Empresa pública, no Brasil, é uma empresa que serve ao povo, não confundir com empresa estatal que embora pertença à nação tem a inteção de gerar lucro. Nos EUA, é empresa publica tem ações na bolsa e obrigação de publicar informações financeiras detalhadas. Nos EUA, faculdade pública é paga, só que mais barata que as privadas, e no geral com qualidade um pouco inferior. No Brasil, faculdade pública é necessariamente grátis, com qualidade muito superior à das privadas e majoritariamente frequentada por gente de alto poder aquisitivo. Enfim, no Brasil os pobres pagam faculdade, enquanto os ricos ganham de graça, isso resume bem as diferenças entres essas duas soberanias.
A palavra inglesa “ accountability” simplesmente não tem equivalente em português. Geralmente ela é traduzida como “prestação de contas”, mas trata-se de uma escolha ruim. “Prestação de contas” é algo que você faz, enquanto “accountability” é algo que você tem. Talvez a tradução mais próxima fosse “responsabilidade”, mas aí é uma palavra ampla demais. “Accountability”, para os americanos, é uma idéia central na democracia. O cientista político Larry Diamond, especialista em democracia, costuma dizer que os governos democráticos de alta qualidade precisam ter dois tipos de “accountability”: a vertical e a horizontal. “Accountability” vertical é a obrigação de prestar contas detalhadas à população. “Accountability” horizontal é fazer com que diferentes agências do governo tenham a atribuição de fiscalizar umas às outras, para garantir que tudo funcione bem. Lá há dois tipos de “accountability”, enquanto aqui nem temos a palavra. Haja visto que os governos, no geral, não sentem a menor necessidade de prestar contas nem para baixo nem para o lado.
A expressão inglesa “rule of law” é outra ausente do vacabulário político brasileiro. Geralmente ela é traduzida como “estado de direito”, o que é bastante revelador da nossa relação com o estado: só estamos interessados nos “direitos”, mas não damos muita bola para as regras. “Rule of law” na verdade quer dizer “império da lei”, ou “domínio da lei”. Ou seja: a idéia de que as regras de um país são para valer, e para todos, não somente aos demais, e sim à nós mesmo tambem. Uma idéia tão estrangeira para o jeito brasileiro de pensar que sequer entrou para o dicionário.
E a última palavra: “public” está presente nas duas línguas. Aqui a tradução "público" trás um significado bastante diferente de lá onde “public” significa “do povo”, “da comunidade”. Aqui, generalizando pode querer dizer “do governo”, ou “grátis”. Empresa pública, no Brasil, é uma empresa que serve ao povo, não confundir com empresa estatal que embora pertença à nação tem a inteção de gerar lucro. Nos EUA, é empresa publica tem ações na bolsa e obrigação de publicar informações financeiras detalhadas. Nos EUA, faculdade pública é paga, só que mais barata que as privadas, e no geral com qualidade um pouco inferior. No Brasil, faculdade pública é necessariamente grátis, com qualidade muito superior à das privadas e majoritariamente frequentada por gente de alto poder aquisitivo. Enfim, no Brasil os pobres pagam faculdade, enquanto os ricos ganham de graça, isso resume bem as diferenças entres essas duas soberanias.
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