09 março 2010

Entretenimento



Por anos o imaginário popular a procura de entretenimento manteve suas aventuras fantasiosas em locais distantes de sua morada, no início, quando o mundo era desconhecido em sua totalidade, os livros usavam como pano de fundo as florestas e lugares inóspitos da Terra para descrever seus contos. Depois de devido tempo o homem dominou o planeta inteiro, avanços tecnológicos fizeram os maiores mistérios terrestres se tornarem óbvios. Então vieram temas espaciais fora de nossa atmosfera, aonde o homem busca aventura no desconhecido sideral, é o caso dos enredos de Star Trek, Star Wars e derivados. Contudo, esse tema engloba leis cientificas complexas e idéias de difícil compreensão e absorção da massa popular, foram então resumidas a naves espaciais, raios lasers e humanóides alienígenas com um ego semelhante ao nosso.


No final dos anos 90 um antigo tema gerou uma nova tendência nas estórias mundo afora: sendo a face do planeta totalmente decodificada e o espaço inviável, os autores voltaram a escrever sobre o próprio ser humano, grandes histórias foram contadas desvendando o mistério da psique de nosso cérebro, questionando as nossas verdades, é o caso de filmes como Matrix, entretanto o questionar do eu é ainda menos popular que explicações de explosões a gravidade zero. Em Matrix, os diretores usaram o Mito da caverna de Platão como pano de fundo para a trama de libertação de Neo, porem, para atrair a população geral foi necessário agregar ao enredo: Erotismo, fetichismo, violência, messianismo, tiros, kung-fu e até holismo. Tudo para que as pessoas se conectem e sintam afinidade com o que estão vendo na tela. E haja visto que a maioria das metáforas do primeiro filme não foram totalmente absorvidas houve como conseqüência uma mediocrização das duas seqüência do longa-metragem.


Esse esforço todo em querer que todos vejam um produto de qualidade não é para a difusão em grande escala de cultura, como era a intenção inicial de toda estória, não! Atualmente o esforço é para obter dinheiro. Tendo isso em vista, os produtores de cultura usam a massa para entreter a própria massa! Você se vê na tela, estereótipos de tribos urbanas são representados em programas como BBB, Fazenda, Ídolos e etc. Programas de auditório mostram reformas em casas (Ex.: Lar Doce Lar – Caldeirão do Huck) refletindo o bum imobiliário que esta havendo no Brasil para que o povo veja na TV, de forma exagerada, o que está acontecendo em sua própria vida.


Existe também a internet que poderia ser uma valiosa ferramenta de entretenimento para a massa. Contudo infelizmente os canais mais populares da Web são os que aonde nós mesmos fazemos um reality show online ao expormos nossas vidas no Orkut, Facebook e Twitter para o entretenimento alheio, tudo instigado e impelido por impérios cibernéticos para gerar lucro.

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