31 março 2010

O perigo de voar


Como seres humanos precisamos nos unir para apoio e proteção. A vivência em grupo é uma das tradições mais antigas da raça humana, mesmo quando éramos nômades, ninguem saia sozinho, toda a sociedade se movia como um todo, pois a força da unidade era a única salvação no mundo selvagem. Apesar de não nos preocuparmos mais com um predador querendo nos devorar, precisamos ainda nos preocupar com pessoas, que, pior que o bicho (só queria tirar a barriga da miséria) são seres humanos (leia: animal mais perigoso da Terra).


Eu estou convencido de que a raça humana, hoje, assim como no passado, só sobreviverá a esse século se parar com o Muro de Berlin e se unir. Não estou falando de pasteurizar as culturas, homogenizar as pessoas ou derrubar os países dando um cartão da ONU com um código de barras para todos os seis bilhões. Estou falando da falta de exclusão, permitir aos diferentes serem parte do bolo. Aceitar, tolerar, reparir, perdoar, ensinar, evoluir à "um povo único" com um multiverso acessível à todos. Porem, infelizmente, isso é John Lennon demais para a gigantesca maioria das pessoas que só vêem o próprio umbigo naquele clássico: quero acordar na minha casa própria, tomar meu café, ir com meu carro para o meu trabalho ganhar o meu dinheiro para comprar as minhas coisas.


Não sou contra o espirito livre, mas se você sair do grupo e voar sozinho (ou se isolar, aviso aos depressivos), as chances são que você seja extripado pelos alienados desesperados que estão por todos os lados, pois não haverá ninguem pra lhe segurar quando despencar do céu, não haverá sequer alguem pra te avisar em que direção não voar, o grupo ainda é importante e necessário. E isso que eu só estou abordando o lado prático da coisa, sequer coloquei em mesa a questão do aprendizado da convivência, o valor das horas que se repletam de alegria provindas do grupo ou o amor que é gerado fazendo cada presença ser preciosa.


3 comentários:

Ronise Vilela disse...

Adorei seu blog e já vou listá-lo nos meus links favoritos.
Seu filmes preferidos, 90% são os mesmos que os meus, mas incluiria sem dúvida, Paris, Texas do Win Wenders e O Poderoso Chefão do Copolla.
Abs,

Ronise

Eddie disse...

Em defesa do grupo, do significado e da sustentabilidade que ele dá. Ser sozinho não pode, como diria Tom Jobim, e todos os antropólogos! hahaha

[w]ill disse...

Obrigado Ronise, vindo de você, eu fico realmente lisongeado. xD

Eddie, sei que não pode, até diria mais: não dá. Foi uma metafora, pois se algum membro do meu grupo sair do meu alcance, pra mim ele estará sozinho e perdido na massa.