21 março 2010

Agora

Esse filme que é baseado em fatos reais, se passa no Egito Romano, durante o século IV (391 A.D.), a filosofa e astróloga Hypatia (Rachel Weisz) de Alexandria se empenha em salvar a sabedoria adquirida pelo mundo antigo. O longa, que estreiou no Festival de Cannes em 13 de maio do ano passado, me atingiu em cheio, sendo eu um verdadeiro amante do saber e aspirante a filosofo me senti realmente agoniado ao vê-lo, por tratar o final de um período de luz antecessor de séculos de escuridão. Aonde a verdade foi tolhida e tudo deveria ser uniforme: "Deus é um só", repetiam os cristãos ao perseguir uma pacifica cientista que busca pela verdade das estrelas e da terra usando a física, ou melhor, ela estava contribuindo para a criação desse ramo de estudo.

"Agora" trata excencialmente da coragem de uma mulher em assumir suas idéias (Hypatia) vs. a queda de um homem que é um tolo (Davus), ao fundo do trama estão os cristãos, que atacam Hypatia e tentam converter Davus, eles presumem poder ensinar verdades limitadas ao maiores pensantes da época (e na lendária Bíblioteca de Alexandria), uma cristandade que eles ainda não haviam compreendido mas já estavam transmitindo e fazendo discípulos.
Queimam tudo o que é "herege", são violentos, impõem sua posição sendo que o Cristo perdoou até mesmo seus assassinos (os judeus) enquanto ainda estava na cruz. Já os seguidores de Cristo são incapazes de perdoar um mero tapa na cara, exigem justiça ("olho por olho e dente por dente" - um dogma judeu...). Cospem em Jesus ao fazer tudo aquilo que ele condenou.

O filme mostra uma luta entre duas culturas com fé em deuses diferentes, e no meio dessa guerra há seres imparciais (livres) como Hypatia, tudo o que ela quer é a verdade. Desvendar um pouco do mistério, resolver mais um pedaço da equação. Todo o dogmatismo cristão se vê frente a razão de uma brilhante mulher. Um ponto alto do filme é quando mostram os cristãos discutindo se a Terra é redonda usando os textos das escrituras como fonte para respostas, chegam a conclusão de que ela é plana. Logo em seguida vem Hypatia fazendo perguntas (que é a excência da Filosofia), questiona e tenta encontrar respostas na lógica, algo intangível e sútil demais para os involuídos entenderem.

As cenas que mostram ela tendo insight sobre os movimentos sociais que estavam acontecendo na cidade são de tirar o fôlego, assim como os momentos em que ela filosofa com seus irmãos (ou escravos as vezes) para responder as próprias perguntas sobre o movimento elíptico da terra em volta do Sol. Ela, naquela época já pensava através de estudos matemáticos das curvas cônicas, algo que só 1.200 anos depois (Séc XVII) foi comprovado pelo astrónomo Johannes Kepler, que descobriu que uma dessas curvas, a elipse, regia o movimento planetário.
Hypatia era uma mulher excepcional a frente de seu tempo, uma grande fonte de inspiração.
"Você não questiona o que acredita, eu preciso!"

Um comentário:

Queren Emanuele disse...

muito bacana o seu blog will. eu sou nova no ramo de blog,comecei o meu hoje dê um pulo e me siga no twitter? abraço me ajude a divulgar?http:/manualdasfilhasefilhosdesesperados.blogspot.com blog jovem sobre relacionamento na familia,na escola sobre opção sexual ,cotidiano,tudo um pouco valew! twitter: querenpereira